Governo e representantes de mulheres de PMs iniciam negociação no ES
O canal de diálogo tem objetivo de amenizar a crise de segurança deflagrada no estado há seis dias, que resultou em 101 mortes violentas
atualizado
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Uma reunião encerrada no fim da noite desta quarta-feira (8/2), entre secretários do governo do Espírito Santo e representantes das mulheres e das associações de classe dos policiais militares (PMs), estabeleceu um canal de diálogo para acabar com a crise na segurança pública deflagrada pela falta de patrulhamento dos PMs nas ruas. A paralisação chega nesta quinta (9) no sexto dia.
Segundo o secretário de Direitos Humanos, Julio Pompeu, as lideranças do movimento apresentaram uma pauta com dois pontos: anistia geral para todos os policiais, já que são proibidos de fazer greve, e 100% de aumento para toda a categoria.
O secretário informou que foi marcada para hoje à tarde nova reunião para que o governo apresente uma contraproposta. “Ficamos de analisar essa proposta para ver o que podemos efetivamente fazer para que a discussão avance”, disse Pompeu.
Mais cedo, o governador em exercício, César Colnago, descartou qualquer possibilidade de reajuste salarial neste momento.
“A população está amedrontada, as pessoas estão morrendo nas ruas. Isso é grave. Os policiais têm plena consciência da gravidade do momento que estamos vivendo. Estou muito confiante que vamos conseguir restaurar a sanidade, porque o que estamos vivendo aqui é um estado de total insanidade”, disse o secretário de Direitos Humanos.
Por parte dos policiais militares, estavam representantes da ACS, da Associação de Subtenentes e Sargentos do Espírito Santo e da Associação de Oficiais Militares do estado.
O Comitê Permanente de Negociação é formado, além de Julio Pompeu, pelos secretários da Casa Civil, José Carlos da Fonseca, e de Controle e Transparência, Eugênio Ricas.
Violência
A crise na segurança pública no Espírito Santo chega nesta quinta ao sexto dia de crise na segurança pública. De acordo com o Sindicato de Policiais Civis, o estado registrou 101 mortes violentas neste período. No início da manhã, as ruas da capital, Vitória, apresentam mais uma vez pouca movimentação. Os ônibus urbanos voltaram a circular, mas com frota reduzida e intervalos maiores, de uma hora.
A partir desta quinta, o Espírito Santo deve contar com o patrulhamento de 1.850 homens das Forças Armadas e da Força Nacional.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou nesta quarta que a Operação Capixaba recebeu o reforço de 550 militares das Forças Armadas. Além disso, mais 100 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública chegarão à capital, Vitória, até esta quinta e farão patrulhamentos em municípios do interior. Eles se juntam aos 1 mil homens do Exército e aos 200 da Força Nacional que já estão patrulhando as ruas da região metropolitana da capital.
Ônibus
A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória informou que os ônibus do Sistema Transcol voltam a operar de forma gradativa a partir desta quinta-feira. As linhas que passam pelas rodovias do Contorno e Serafim Derenzi não vão circular. A operação, que contará somente com linhas troncais (entre os terminais), vai até as 18h.