Governo e Congresso vão medir forças no veto do orçamento
Mesmo se houver acordo, sessão de terça-feira servirá para Parlamento se posicionar diante de Bolsonaro depois da divulgação dos vídeos
atualizado
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A sessão do Congresso da próxima terça-feira (03/03/2020) vai mostrar o poder do governo no Legislativo depois da repercussão negativa em torno dos vídeos sobre a manifestação do dia 15 de março divulgados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Mesmo que haja acordo sobre a divisão do orçamento, o Parlamento e o Planalto vão medir forças no plenário.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tende a trabalhar pela derrubada dos vetos do presidente sobre a aplicação compulsória dos recursos orçamentários segundo a vontade dos congressistas. Assim, dará uma resposta aos ataques de Bolsonaro. Conta com a ajuda de partidos da oposição, como PCdoB e PT, que devem votar pela derrubada dos vetos.
Porém Maia mantém a negociação com o governo, como já acontecia antes das turbulências provocadas pelas declarações do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e da divulgação dos vídeos por Bolsonaro.
No Senado, sabe-se que o presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tem maior proximidade com o Planalto. Mesmo um partido de oposição, a Rede, mostra disposição para desistir do orçamento impositivo. Por isso, não há tanta certeza de revisão das canetadas de Bolsonaro.
Mesmo na oposição, há quem prefira a manutenção dos vetos do presidente. Em conversa com a coluna, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou que essa é uma oportunidade para mostrar que, na verdade, os maiores interessados no orçamento impositivo são os parlamentares da base do governo. “É hora de dar os nomes aos bois e mostrar que quem está disputando essa bola são os próprios aliados do Bolsonaro, que querem distribuir o bolo de R$ 30 bilhões”, afirmou o congressista mineiro.