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São Paulo – O governo de São Paulo admitiu nesta segunda-feira (11/1) a possibilidade de atrasar a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 para que mais pessoas recebam a primeira. A campanha de imunização no estado tem início previsto para o dia 25 de janeiro, priorizando idosos e profissionais da saúde.
“Nosso cronograma inicial foi baseado em fazer duas doses, com prazo entre a primeira e a segunda entre 14 e 28 dias. Essa discussão está presente, e é atual. Existe a possibilidade de manter os mesmos grupos a serem vacinados com a possibilidade da segunda dose ser postergada”, afirmou o coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 de SP, João Gabbardo, em coletiva de imprensa.
Gabbardo ressaltou, no entanto, que não há ainda uma decisão sobre o assunto. “Não estou dizendo isso como uma posição definitiva. O Centro de Contingência não se posicionou sobre esse tema, mas essa é uma possibilidade”, disse.
Na coletiva, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou ainda que devido ao contrato de exclusividade assinado pelo Instituto Butantan para fornecer a CoronaVac para o governo federal, o número de doses disponíveis para o estado de São Paulo deve ser menor do que o previsto inicialmente.
“Temos que entender que, hoje, a única vacina que temos disponível no nosso país é a vacina do Butantan, que será, a partir do momento em que for liberada pela agência reguladora, Anvisa, distribuída para os estados. Dessa maneira, nós entendemos que terá uma fração muito menor para o estado de São Paulo frente àquela que imaginávamos, de 46 milhões de doses”, afirmou Gorinchteyn.
Mesmo com o acordo com o governo federal, o governador de São Paulo, João Doria, mantém a previsão de iniciar a vacinação no estado no dia 25 de janeiro. Questionada sobre o assunto, Doria disse: “A exclusividade é pela vida”. “O sistema nacional de imunização será respeitado e atendido por São Paulo se atender São Paulo dentro de critérios científicos”, afirmou.
Gorinchteyn mencionou a possibilidade de um plano estadual que adiante a vacinação do programa nacional. Segundo o secretário, isso já ocorre, por exemplo, com a campanha nacional de vacinação contra a gripe, que já foi adiantada por governos estaduais.
“Entrar para o programa nacional de vacinação também é seguir todos os quesitos que o programa nacional de imunização exige, como grupos prioritários, e assim o faremos. Naturalmente, assim como acontece com a vacina da gripe, parte dessas vacinas acabam ficando, proporcionalmente, para o estado de São Paulo”, disse o secretário.