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Governo Bolsonaro incinerou R$ 13,5 mi em remédios para doenças raras

Medicamentos descartados seriam destinados ao tratamento de doenças raras de alto custo, uma das bandeiras da gestão Bolsonaro

atualizado

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STF reserva má notícia ao ex-presidente Jair Bolsonaro - Metrópoles
1 de 1 STF reserva má notícia ao ex-presidente Jair Bolsonaro - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O governo de Jair Bolsonaro (PL) incinerou medicamentos de alto custo e usados no tratamento de doenças raras. Ao todo, os remédios são avaliados em R$ 13,5 milhões. A informação foi obtida pelo jornal Folha de S.Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

De acordo com o jornal, na relação de itens perdidos, há duas doses do Spinraza, cada uma comprada por R$ 160 mil pelo governo federal. Usada para pacientes com Atrofia Muscular Espinhal (AME), a terapia é uma das mais caras do mundo.

Também foram inutilizados testes e medicamentos destinados a pessoas com HIV, avaliados em R$ 8,5 milhões.

Foram descartadas também 949 unidades do Translarna. O medicamento é usado em pacientes com distrofia muscular de Duchenne, que causa degeneração muscular progressiva – os lotes custaram R$ 2,74 milhões aos cofres públicos.

O governo Bolsonaro apresentava como uma de suas bandeiras o cuidado com as doenças raras. Em 2021, o Ministério da Saúde lançou a nova mascote do SUS, identificada como Rarinha, em cerimônia com a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Vacinas

O material obtido pelo jornal também mostra que, até o começo deste ano, a pasta deixou vencer 39 milhões de vacinas contra a Covid-19.

Excluindo as vacinas contra o coronavírus, os dados apontam que já foram descartados produtos avaliados em R$ 214,2 milhões desde 2019 (valor que inclui imunizantes contra outras doenças).

Outros insumos, de mais de R$ 38 milhões, estão na fila da incineração. Entre os itens, estão vacinas contra sarampo e rubéola, pentavalente, hepatites e tríplice viral, além de medicamentos contra câncer, hepatite C e outras doenças.

Veja a lista dos remédios de alto custo que foram descartados:

  • Translarna

Tratamento: distrofia muscular de Duchenne

Unidades incineradas: 949

Valor: R$ 2,74 milhões

  • Betagalsidase

Tratamento: doença de Fabry

Unidades incineradas: 259

Valor: R$ 2,46 milhões

  • Eculizumabe

Tratamento: hemoglobinúria paroxística noturna

Unidades incineradas: 127

Valor: R$ 1,73 milhão

  • Vimizim

Tratamento: mucopolissacaridose IVA

Unidades incineradas: 632

Valor: R$ 1,61 milhão

  • Galsulfase

Tratamento: mucopolissacaridose VI

Unidades incineradas: 283

Valor: R$ 1,24 milhão

  • Alfagalsidase

Tratamento: doença de Fabry

Unidades incineradas: 272

Valor: R$ 1 milhão

  • Metreleptina

Tratamento: síndrome de Berardinelli-Seip

Unidades incineradas: 47

Valor: R$ 1,1 milhão

  • Idursulfase

Tratamento: síndrome de Huner

Unidades incineradas: 186

Valor: R$ 985 mil

  • Nusinersen (Spinraza)

Tratamento: atrofia muscular espinhal (AME)

Unidades incineradas: 2

Valor: R$ 319 mil

  • Nitisinona

Tratamento: tirosinemia hereditária do tipo 1

Unidades incineradas: 1.200

Valor: R$ 229 mil

  • Alentuzumabe

Tratamento: esclerose múltipla

Unidades incineradas: 2

Valor: R$ 56 mil

  • Kanuma

Tratamento: deficiência de lipase ácida

Unidades incineradas: 1

Valor: R$ 23 mil

Total: R$ 13,5 milhões

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