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Governo Bolsonaro declara à ONU: “Não houve golpe de Estado em 64”

Medida é resposta às críticas feitas ao Brasil pelo relator especial da organização sobre Promoção de Verdade, Fabian Salvioli

atualizado

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Itamaraty
1 de 1 Itamaraty - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) mandou um telegrama à Organização das Nações Unidas (ONU) afirmando que “não houve golpe de Estado” em 31 de março de 1964 e que os 21 anos de governos militares foram necessários para “afastar a crescente ameaça de uma tomada comunista do Brasil e garantir a preservação das instituições nacionais, no contexto da Guerra Fria”. As informações são da Globo News Brasil.

Na correspondência enviada pelo Itamaraty à ONU nessa quarta-feira (3/4), o governo afirmou ainda que “os anos 1960 e 1970 foram um período de intensa mobilização de organizações terroristas de esquerda no Brasil e em toda a América Latina” e que o golpe contou com o apoio da “maioria da população”.

O jornal teve acesso ao conteúdo integral do telegrama confidencial enviado ao relator especial da ONU sobre Promoção de Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de Não Repetição, Fabian Salvioli.

A intenção do texto era responder às críticas feitas por Salvioli na última sexta (29/3) aos planos do governo de celebração do 31 de março, classificados pela organização como “imorais e inadmissíveis”.

“Comemorar o aniversário de um regime que trouxe tamanho sofrimento à população brasileira é imoral e inadmissível em uma sociedade baseada no Estado de Direito. As autoridades têm a obrigação de garantir que tais crimes horrendos nunca sejam esquecidos, distorcidos ou deixados impunes”, escreveu Salvioli.

O governo brasileiro respondeu às intensas críticas do relator como “sem fundamento”, além de dizer que ele “deve respeitar os processos nacionais e procedimentos internos em suas deliberações”.

Dentro da lei
Segundo a gestão Bolsonaro, a decisão de instruir as Forças Armadas brasileiras a lembrarem a data de 31 de março de 1964 “foi tomada com pleno respeito à lei nacional, incluindo a Constituição Federal”.

“O presidente reafirmou em várias ocasiões que não houve um golpe de Estado, mas um movimento político legítimo que contou com o apoio do Congresso e do Judiciário, bem como a maioria da população. As principais agências de notícias nacionais da época pediram uma intervenção militar para enfrentar a ameaça crescente da agitação comunista no país”, diz o telegrama .

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