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Governo ajusta distribuição da vacina e dará prioridade a estados atrasados

Objetivo da pasta é que todos os adultos sejam vacinados com ao menos uma dose contra Covid-19 até o fim de setembro

atualizado

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Marcelo Queiroga
1 de 1 Marcelo Queiroga - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

O Ministério da Saúde confirmou um “ajuste na distribuição” na entrega de vacinas contra a Covid-19. Com a alteração no processo, a pasta busca garantir o fornecimento da primeira dose (D1) às regiões que ainda não finalizaram a imunização dos adultos com o primeiro reforço. Assim, os estados com calendário atrasado terão prioridade.

A expectativa do governo é que todos as unidades da Federação finalizem a aplicação da primeira dose em pessoas de 18 anos ou mais até o fim de setembro. Algumas capitais já se aproximam da meta, como a cidade de São Paulo, que chegou a 99,2% de adultos vacinados com a D1 no último domingo (15/8).

Por isso, a proposta do Ministério da Saúde é enviar mais unidades aos estados que ainda estão com o ritmo de vacinação lento e, por isso, não atingiram a meta do governo federal. “Precisamos agora ajustar para que a gente faça uma distribuição mais equânime para todo o país. Reforçando a mensagem de que não há alteração de metodologia. O norte continua o mesmo”, afirmou o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz.

O novo discurso é diferente do adotado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nas últimas semanas. No dia 6 de agosto, o ministro afirmou que o governo havia feito uma “mudança de metodologia” para garantir que todos os estados finalizassem a vacinação de forma igualitária.

“[No início da campanha de imunização] Existia um público-alvo, que eram os idosos, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades. Nós já atingimos essa população. E a partir daí se mudou a metodologia, passou-se a vacinar por faixa etária. Em função disso, esses denominadores mudaram e é por isso que há essa divergência”, explicou Queiroga no início do mês.

Agora, o discurso dos integrantes da pasta é que não houve “mudança de metodologia”, mas sim um “ajuste na distribuição das doses”. “Esse ajuste na distribuição é feito única e exclusivamente para vacinas de primeira dose. Não haverá nenhum prejuízo para distribuição na segunda dose”, informou.

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Marcelo Queiroga, ministro da Saúde
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB)
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Grupos prioritários

O ministro Marcelo Queiroga afirmou, novamente, que o ajuste na distribuição ocorreu porque o país terminou de vacinar pessoas dos grupos prioritários. Agora, a imunização é feita por faixa etária. De acordo com o titular da pasta, alguns estados, como São Paulo, receberam mais unidades do fármaco contra a Covid-19, no início da campanha, porque concentravam maior quantidade de indivíduos dos grupos prioritários.

“Isso aí salta aos olhos. Por que São Paulo recebia mais? É o estado mais populoso do Brasil, é o estado onde existem mais grupos prioritários. O mesmo se verifica em relação às comorbidades. Por isso, São Paulo avançou mais em relação aos outros, não é porque o Ministério da Saúde queria entregar mais doses”, explicou.

Com a alteração, o estado e outras regiões que enfrentam situação semelhante passarão a receber menos unidades de vacinas para a aplicação da D1 — já que a maior parte do público-alvo já foi imunizado. A mudança não vale para a D2, e o ministério garantiu que todos os estados receberão doses suficientes para completar o esquema vacinal da população.

Impasse com o estado de São Paulo

Na terça-feira (17/8), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a pasta federal da Saúde garanta o envio de imunizantes suficientes de vacinas contra a Covid-19 para a aplicação da segunda dose no estado de São Paulo.

O magistrado deferiu liminar para fixar que a União não pode mudar a metodologia de distribuição do composto, para completar o esquema vacinal de quem já tomou a primeira dose.

A medida foi tomada após o governo de São Paulo acionar a Justiça para pleitear o envio de imunizantes à região, sob a alegação de que o Ministério da Saúde entregou 50% a menos de doses da Pfizer do que deveria ter distribuído.

Isso porque São Paulo recebia aproximadamente 22% das doses destinadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI), proporcional ao tamanho de sua população. Entretanto, o Ministério da Saúde ajustou a distribuição para garantir que estados que estão atrasados na campanha consigam vacinar todos os adultos com a primeira dose até setembro.

No último domingo (15/8), o estado de São Paulo chegou a 99,2% dos maiores de 18 anos imunizados com uma dose. Agora, a prioridade do governo federal é garantir que outras regiões do país consigam vacinar os adultos com a primeira aplicação.

Além da mudança de metodologia, o Ministério da Saúde alegou que a redução no envio das doses da Pfizer se deu porque estado teria recebido unidades extras da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan. Por isso, a pasta entendeu que seria necessário reduzir o número de unidades da Pfizer entregues a São Paulo, a fim compensar as doses extras coletadas no laboratório paulista.

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