Governador do Rio sobre dinheiro da Cedae: “Gasta como quiser”
Dos R$ 22,689 bilhões arrecadados, R$ 7,688 bilhões serão divididos entre os 28 municípios que aderiram ao plano de concessão
atualizado
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Rio de Janeiro – A frase que todo prefeito gostaria de ouvir nesses tempos de crise e de redução da arrecadação por causa da pandemia foi dita na manhã desta quarta-feira (17/6) pelo governador Cláudio Castro (PL), durante o evento em que ele detalhou o rateio, entre os municípios, do dinheiro arrecadado com o leilão da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae): “Cada prefeito e estado gastam como quiserem. Não há destinação prevista, é um dinheiro livre”, disse.
Do montante de R$ 22,689 bilhões, o estado ficará com R$ 14,478 bilhões. O restante, R$ 7,688 bilhões, será dividido entre os 28 municípios que aderiram ao plano de concessão. A verba será paga em três parcelas: em 2021, 2022 e 2025. Os municípios que mais receberão até lá são Rio de Janeiro, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Belford Roxo.
O governador afirmou que este é o maior investimento socioambiental já realizado no Rio de Janeiro. “Ela é uma concessão que vai trazer à nossa população o básico: água e saneamento. Nenhuma outra concessão impactou ou impactará tanto na nossa população quanto a concessão dos serviços de água e esgoto”, afirmou o governador.
Para o leilão, a companhia foi dividida em quatro blocos. Mas, no pregão realizado em 30 de abril, o bloco 3, aquele que contempla a zona oeste da cidade, região com a a menor área saneada da capital, não recebeu propostas. Segundo castro, o bloco será oferecido novamente ainda neste ano.
“Até lá, continuam operados pela Cedae. A previsão é antes do fim deste ano fazer isso. Algumas prefeituras se interessaram em entrar agora. Em agosto ou setembro deve estar entrando um novo edital”, disse o governador.
Comitê para investir em áreas dominadas por criminosos
Durante a entrevista coletiva, o governador informou ainda que pretende investir parte do dinheiro em áreas dominadas por traficantes e milicianos e, para isso, criou um comitê de segurança pública para discutir como fazer os investimento.
“Publiquei a criação de um comitê de segurança pública. Que tem como ação junto com as concessionárias fazer ações para garantir a segurança, para dialogar na questão dos investimentos diretamente. Ele vem para planejar as ações que serão feitas em comunidades a partir de agora”, afirmou Castro.
Do plano que prevê R$ 27 bilhões para universalizar o saneamento básico em 12 anos – a meta é ter, até 2033, 99% da população com acesso à água- serão disponibilizados R$ 1,8 bilhões para comunidades não urbanizadas, R$ 2,9 bilhões na Bacia do Guandu e R$ 2,6 bilhões na Baía de Guanabara, em mais uma tentativa de despoluição das lagoas e da baía.
Ainda de acordo com o plano, a coleta e o tratamento de esgoto devem atender 9,3 milhões de fluminenses até 2033. Outros R$ 250 milhões vão para a despoluição do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, na zona oeste.
Dados do estado revelam que são despejados diariamente 223 milhões de litros de esgoto nos rios e bacias fluminenses. Com o investimento, a ideia é que o número caia para 20 milhões. Outra boa notícia será a geração de empregos: as obras devem gerar quase 24 mil empregos diretos e indiretos.