Governador do Ceará diz: não anistiará PMs que cometeram crimes
Motim de policiais militares durou 13 dias e deixou, como saldo negativo, pelo menos 195 assassinatos em todo o estado
atualizado
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O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou, nesta segunda-feira (02/03/2020), que não anistiará os policiais militares que se amotinaram no estado, passaram 13 dias em greve e “cometeram crimes”. Em comunicado oficial, o petista assegurou que todos os crimes cometidos no Ceará durante o período de paralisação da PM serão investigados.
“Ao final desse lamentável episódio, reafirmo que todos os processos abertos contra pessoas que infringiram a lei serão conduzidos, respeitando o processo legal, sem possibilidade de anistia para quem praticou crimes e ameaçou a segurança de nossa população”, ressaltou o governador. “Ninguém está acima da lei”, completou.
Veja o comunicado na íntegra:
O início
O motim da Polícia Militar começou na terça-feira (18/02/2020), quando homens encapuzados que se identificaram como agentes de segurança invadiram e ocuparam quartéis, depredando veículos da corporação.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, durante a rebelião, houve, pelo menos, 195 assassinatos no Ceará.
O conflito começou após policiais militares reivindicarem aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana. Durante um confronto com os PMs, o senador licenciado Cid Gomes (PDT) chegou a ser atingido por dois tiros.
PADs
Mais de 230 policiais foram afastados das funções por envolvimento no motim, com a instauração de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD).
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) autorizou o emprego das Forças Armadas na Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado, para auxiliar a recolocar a ordem na segurança pública cearense.
Os policiais militares amotinados no Ceará decidiram pelo fim do movimento na noite deste domingo (01/03/2020).