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Golpistas movimentaram R$ 6 bi em pirâmides de criptomoedas em 6 anos

Levantamento revela como o esquema destruiu o patrimônio de quase três milhões de brasileiros, entre eles, o ex-campeão de boxe, Popó

atualizado

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Bitcoins foram utilizados pela quadrilha ligada à milícia da Muzema e de Rio das Pedras
1 de 1 Bitcoins foram utilizados pela quadrilha ligada à milícia da Muzema e de Rio das Pedras - Foto: Reprodução

Empresas especializadas em golpes de pirâmides financeiras com criptomoedas movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos seis anos e causaram um prejuízo de pelo menos R$ 2,7 milhões aos investidores vítimas do esquema criminoso no período.

Os dados fazem parte de levantamento realizado pelo Fantástico, da TV Globo. Em reportagem nesse domingo (1º/10), o programa mostrou que os casos se multiplicaram nos últimos anos, apesar das operações policiais, apreensões e prisões realizadas pelas forças de segurança.

Chama-se de pirâmide financeira um esquema irregular e insustentável que gera dinheiro por meio da adesão desenfreada de novos participantes. Pode haver ou não a venda de produtos ou serviços.

Os golpes são divulgados, principalmente, pelas redes sociais, e prometem lucros exorbitantes que, na verdade, são uma armadilha. As vítimas dos crimes também são seduzidas por falsas garantias de ausência de riscos nas transações financeiras com moedas virtuais, principalmente porque não dominam o assunto.

Acelino Popó, campeão mundial de boxe, é uma das vítimas. Ele levou um golpe calculado em R$ 1,2 milhão. Outra vítima, chamada Dona Maria pela reportagem, perdeu R$ 97 mil.

No ranking, a empresa que deixou o maior número de vítimas foi a Trust Investing. Na lista de vítimas, constam 1,3 milhão de pessoas, no Brasil e em outros 80 países. O prejuízo acumulado dos investidores que perderam dinheiro com esta pirâmide é estimado em R$ 4,1 bilhões.

Faraó dos bitcoins

O esquema que movimentou mais dinheiro é o da empresa GAS, propriedade do empresário Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como faraó dos bitcoins. O volume movimentado, R$ 38 bilhões, chama a atenção. Ele foi convidado a depor na CPI da Câmara dos Deputados que investiga a atuação das pirâmides financeiras de criptomoedas no país.

Segundo o Faraó dos Bitcoins, a responsabilidade pela derrocada de sua empresa, a GAS Consultoria, teria sido da Polícia Federal (PF). A corporação pôs fim ao negócio e prendeu Glaidson em agosto de 2021, no âmbito das investigações da Operação Kryptos.

Além de responder por crimes contra o sistema financeiro nacional, o Faraó dos Bitcoins é investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele é suspeito de envolvimento em um homicídio.

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