Golpe no iFood: pagamentos por aplicativos são seguros?
Especialista analisa os principais esquemas fraudulentos e como se proteger da ação de criminosos on-line
atualizado
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Cobranças sem a entrega dos pedidos, valores alterados e cancelamentos inexplicáveis. Problemas enfrentados por usuários de aplicativos de entrega nunca faltaram. E outro foi adicionado no serviço: há alguns dias, 6% dos estabelecimentos cadastrados no iFood tiveram seus nomes trocados por frases com ataques a políticos e discurso antivacina.
Segundo Ruy Rede, especialista em compliance, inovação e automação, mesmo com esses golpes pelo aplicativo, o ideal é manter o pagamento on-line. Esse método garante que haverá uma série de cuidados técnicos, onde o aplicativo “chama” a aplicação do banco e recebe a aprovação. O risco maior ainda está quando são utilizadas as maquininhas de cartão.
“Pode haver má-fé do entregador trocando o cartão do cliente ou utilizando uma maquininha falsa para capturar os dados e a senha. As maiores empresas de delivery estão extinguindo essa parte operacional e criando um sistema de senha para entrega com o intuito de evitar fraudes tanto de quem entrega quanto de quem recebe”, explica Rede.
Usuário pode se proteger
O sistema, entretanto, não é à prova de invasões. Assim, para se proteger, Rede indica passos importantes para tomar no uso dos apps. A primeira dica é sempre utilizar serviços conhecidos de delivery. “Eles têm uma imagem a preservar e estão atentos à segurança das transações e à necessidade de bom atendimento”, diz.
Outro ponto importante é configurar em seu banco para receber mensagens de texto a cada transação realizada com cartões ou pagamentos por aproximação. Desta forma, o alerta é imediato e o usuário consegue agir rapidamente caso perceba algo de errado.
Também é indicado ter cautela ao abrir links de promoção, principalmente os que prometem descontos muito altos, preços muito abaixo dos de mercado. Segundo o especialista, muitas vezes os fraudadores usam o logotipo de uma empresa conhecida, então é aconselhado acessar o site ou aplicativo da empresa em vez de clicar em links.
Por fim, o usuário deve aplicar os mesmos cuidados necessários nas demais redes: ter uma senha forte, nunca passar o numero do cartão ou o código de verificação e dados pessoais para terceiros ou por telefone.
Caso ocorra um novo golpe, Rede orienta que o usuário fique atento ao extrato do cartão. “Qualquer transação que possa parecer suspeita, mesmo as de valor muito pequeno, pois pode ser um sinal de que alguém está usando seu cartão”, explica. E, se houve indícios de que houve intervenção, orienta-se pedir cancelamento e nova emissão, além de passar a usar o cartão virtual (muitos bancos têm esta opção) nas transações em aplicativos e internet.
“No final das contas, é muito difícil para o consumidor ter certeza de que seu cartão e dados pessoais foram vazados ou quando serão utilizados. Por isso, o ideal é cancelar o cartão e pedir um novo, ou trocar de instituição financeira”, completa.
Novas ferramentas, entretanto, estão em desenvolvimento para tornar esse sistema mais seguro. “Ainda tem muita novidade vindo por aí, como a validação de documentos automaticamente na sua origem, mas esse é um tema de inovação sobre o qual teremos notícias em breve”, conclui Rede.