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Gol quer volta do Boeing 737 Max, parado após duas quedas

Empresa possui sete aeronaves do modelo que estão no chão desde março. Anac aguarda certificação americana para avaliar o caso

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imgem colorida avião da Gol voando perto de torre de aeroporto - Metrópoles
1 de 1 imgem colorida avião da Gol voando perto de torre de aeroporto - Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

São Paulo – Após duas tragédias envolvendo o Boeing 737 Max, o modelo pode voltar a operar no Brasil. Os acidentes aéreos, na Indonésia e na Etiópia, mataram mais de 340 pessoas e obrigaram autoridades nacionais e internacionais a suspender o uso do modelo.

No Brasil, a única companhia aérea que possui esse tipo de aeronave é a Gol. A empresa estima que até o fim do próximo mês o avião volte a funcionar. Ao todo, a aérea tem no pátio sete aviões do tipo. Eles estão parados desde março.

A projeção da Gol foi revelada em evento corporativo da empresa, para o qual o Metrópoles foi convidado nessa quarta-feira (06/11/2019). Apesar da repercussão negativa envolvendo o avião, Paulo Kakinoff, presidente da companhia, afastou riscos. “Se não é o mais seguro, está entre os mais seguros do mundo”, sustentou.

Segundo o executivo, a empresa será ressarcida pela Boeing dos custos adicionais envolvendo manutenção, adequações e treinamentos. “Acompanhamos de perto a situação e podemos falar sobre a nossa experiência. Não temos nenhum indicador que nos leve a desconfiar da aeronave”, finalizou.

O diretor de Segurança Operacional da Gol, Danilo Andrade, explicou a experiência da empresa com a aeronave. Segundo ele, o modelo voou por mais de 14,5 mil horas e nunca apresentou falhas. Durante este período, não houve reclamações dos pilotos.

“Fiz uma afirmação anteriormente, e repito agora, eu colocaria minha família para voar neste avião. Tranquilamente, ele é um dos mais seguros que temos na atualidade”, garantiu Danilo.

Apesar do entendimento otimista da Gol, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) descarta o uso do modelo no país antes de autoridades americanas liberarem a aeronave para voos comerciais.

“As aeronaves Boeing 737 Max estão suspensas mundialmente. Para voltarem a operar, a autoridade certificadora, que é a Federal Aviation Administration, entidade de aviação civil dos Estados Unidos, precisa autorizar o uso novamente. Após essa autorização, a Anac emitirá seu parecer em relação ao uso desse modelo no Brasil”, destaca, em nota.

Segundo a agência reguladora, somente após autorização da FAA e da Anac, no caso brasileiro, companhias aéreas podem voltar a operar voos com esse modelo de avião. “Trabalhamos com conceitos preventivos para mitigar riscos, obtidos por meio de ações de vigilância continuada e de monitoramento das operações”, finaliza o comunicado da agência brasileira.

Em janeiro de 2018, especialistas da Anac avaliaram o modelo da Boeing antes de a Gol colocá-lo em operação. Após identificar diferenças operacionais em relação aos modelos anteriores, a agência exigiu que os funcionários da companhia recebessem treinamento para operar as novas aeronaves.

Internacionalmente, a volta aos ares do Boeing 737 Max ainda não tem data. A FAA analisa o caso. A Easas, agência de aviação europeia, estima que a certificação da aeronave seja feita somente em 2020, após análise dos processos realizado pela Boeing.

Os acidentes
Há pouco mais de um ano, um Boeing 737 Max da companhia Lion Air decolou do aeroporto de Jacarta, na Indonésia, com 189 pessoas a bordo. Doze minutos depois, a aeronave caiu no mar de Java, ao norte da capital, sem sobreviventes. A tragédia ocorreu em outubro de 2018.

Uma segunda queda envolvendo a recém-lançada aeronave, última geração do modelo mais vendido da história, chamou a atenção de autoridades reguladoras e do mercado da aviação.

Em circunstâncias semelhantes, em março deste ano, uma aeronave da Ethiopian Airlines, caiu na Etiópia, matando 157 pessoas que estavam a bordo do modelo. As causas dos dois acidentes ainda estão sendo investigadas.

A suspensão de voos atingiu 387 aeronaves de 59 companhias aéreas — entre elas, a Gol, única brasileira a operar o Max. Além dessas, cerca de outros 200 aviões se acumulam nos pátios e estacionamentos de fábricas da Boeing nos Estados Unidos, pois a empresa não deixou de fabricar o modelo.

A principal suspeita nos dois acidentes é de uma suposta falha do software MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System, em português, sistema de ampliação de características de manobra). Tanto na Indonésia quanto na Etiópia, os aviões ficaram instáveis após esse programa receber supostamente informações incorretas de um sensor localizado na fuselagem.

(O repórter viajou a convite da Gol)

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