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Goiás tem pior dia da pandemia na fila por UTIs e no registro de casos

O estado bateu dois recordes ruins e que preocupam as autoridades. Sem sinal de trégua, números da pandemia indicam contaminação acelerada

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paciente chega a hospital de goiânia, com covid-19
1 de 1 paciente chega a hospital de goiânia, com covid-19 - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – Sem sinal de trégua no avanço da Covid-19, Goiás viveu, nesta terça-feira (23/3), o pior dia de enfrentamento à doença em dois quesitos sintomáticos: o número de novos casos confirmados (4.993) e a quantidade de pessoas contaminadas que aguardam em fila de espera pela liberação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI): 384.

Já pela manhã, às 8h17, os dados do Complexo Regulador em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SESGO) atestavam a pior situação em um ano de pandemia. Ao todo, 384 pessoas em estado grave, com complicações severas da Covid-19, aguardavam por leitos de terapia intensiva.

A SESGO, em resposta ao Metrópoles, associou o contexto ao número alto de contaminações. No fim da tarde, veio o complemento numérico que confirmou a tese. Goiás bateu o recorde de novos casos da doença registrados em um período de 24 horas. O boletim divulgado pela secretaria informou 4.993 registros a mais, em relação ao dia anterior.

“Diante do maior número de contaminados, há um aumento progressivo da quantidade de solicitações para internação em leitos da Covid-19”, aponta a nota enviada à reportagem. Um cenário que demonstra bem o colapso vivenciado pelo sistema de saúde, em razão de um aumento progressivo da demanda desde o início de fevereiro.

Leitos

Em alguns momentos dessa terça-feira, os leitos de UTI regulados pelo Estado operaram com ocupação próxima dos 99%. Por algumas horas, apenas seis dos 541 leitos encontravam-se disponíveis, diante de uma fila que ultrapassa as 300 pessoas no aguardo já há alguns dias.

Essa é a maior quantidade de leitos disponibilizados pelas unidades reguladas pelo Governo de Goiás, desde o início da pandemia, e mesmo assim apresenta-se insuficiente para atender a demanda que cresce, conforme o avanço acelerado do vírus. O mesmo ocorre em âmbito municipal, em Goiânia, com ocupação próxima de 100%.

A longa espera por um leito de UTI já ultrapassa o período de sete dias em muitos casos, e já motiva mortes em leitos improvisados em emergências e unidades de pronto atendimento (UPAs) espalhadas pelo estado. Um exemplo recente foi o da jovem Tauana Francisco do Carmo, de apenas 20 anos, que morreu em Luziânia.

A garota, que era estudante de Ciências Contábeis, morreu nessa segunda feira (21/3) à espera de um leito de UTI para pacientes com Covid-19. A SESGO confirmou que ela faleceu, enquanto aguardava, após ter o nome inserido no sistema da regulação. Elas estava internada da UPA de Luziânia.

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Ednaldo José Ferreira,  de Inhumas (GO), aguardava por UTI de Covid-19, mas morreu na fila de espera, aos 49 anos
Paciente com Covid-19 chega para ser atendido em Goiânia
Registro de entrada de paciente no Hospital de Campanha de Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp), em Goiânia
HCAMP de Goiânia é uma das unidades de referência no tratamento a pacientes com Covid
Taxa de ocupação de leitos destinados para Covid continua alta
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Tauana Francisco do Carmo morreu à espera de vaga em UTI para Covid-19, em Luziânia (GO)

Reprodução/Instagram
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Ednaldo José Ferreira, de Inhumas (GO), aguardava por UTI de Covid-19, mas morreu na fila de espera, aos 49 anos

Arquivo Pessoal
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Paciente com Covid-19 chega para ser atendido em Goiânia

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Registro de entrada de paciente no Hospital de Campanha de Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp), em Goiânia

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HCAMP de Goiânia é uma das unidades de referência no tratamento a pacientes com Covid

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Taxa de ocupação de leitos destinados para Covid continua alta

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Leito para paciente com Covid-19 em Goiânia

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Na fase mais crítica da Covid, em Goiás, pacientes em estado grave chegaram a ser intubados nas enfermarias

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A fila de espera por leitos de UTI da Covid-19 já foi significativa em Goiás

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Paciente interno em UTI Covid em Goiás

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Estado de Goiás viveu o colapso do sistema de saúde em março e abril, nas redes pública e privada

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Improvisação

O que aconteceu com Tauana tem se repetido com pacientes em várias cidades de Goiás. Além da morte durante a espera por um leito, o caso dela se assemelha, ainda, pelo tratamento recebido. Assim como a UPA de Luziânia, unidades do tipo têm alterado o perfil de atendimento para atender, exclusivamente, casos de Covid-19.

Com os hospitais de campanha lotados, a exemplo não só da unidade de Goiânia, mas dos hospitais criados para atender regionalmente, como os de Luziânia e Formosa, no Entorno do Distrito Federal, pessoas com Covid-19 são obrigadas a buscar tratamento médico em locais de emergência ou pronto-socorro.

O resultado é o contexto vivenciado pela cidade de Inhumas, na região metropolitana de Goiânia, onde o avanço acelerado da pandemia leva a uma única solução: intubação de pacientes em leitos improvisados na UPA do município. O local enfrenta falta de sedativos e materiais adequados para propiciar um melhor atendimento.

Consciente do cenário vivenciado em locais do interior, o governador Ronaldo Caiado (DEM) chegou a pedir durante live na sexta-feira (19/3) que os prefeitos fizessem um levantamento sobre a quantidade de sedativos nas UPAs e hospitais municipais para informar ao Estado e manter um controle maior sobre o estoque.

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Durante o pico da pandemia, entre março e abril, movimento foi intenso nos cemitérios de Goiânia
Coveiros colocando as luvas para o próximo enterro do dia, em cemitério de Goiânia
Suor e cansaço, no fim do dia dos coveiros
Para aproveitar as roupas de proteção, alguns cemitérios da cidade já organizam o agendamento dos enterros de maneira sucessiva, durante a tarde
O trabalho incansável coloca os coveiros, também, entre os que agem na linha de frente da Covid-19
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Goiás já registrou 23 mil mortes por Covid

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Durante o pico da pandemia, entre março e abril, movimento foi intenso nos cemitérios de Goiânia

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Coveiros colocando as luvas para o próximo enterro do dia, em cemitério de Goiânia

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Suor e cansaço, no fim do dia dos coveiros

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Para aproveitar as roupas de proteção, alguns cemitérios da cidade já organizam o agendamento dos enterros de maneira sucessiva, durante a tarde

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O trabalho incansável coloca os coveiros, também, entre os que agem na linha de frente da Covid-19

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Coveiros aguardam o próximo enterro em cemitério de Goiânia

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Os dados foram divulgados neste sábado (31/7) pelo consórcio veículos de imprensa formado por G1, O Globo, Estadão, Extra, Folha e Uol, em parceria com as secretarias de Saúde das 27 unidades da Federação

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O projeto tem como público-alvo crianças e adolescentes que ficarão órfãos devido à Covid-19

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Quase 10,6 mil mortes

Goiás atingiu as 10 mil mortes no dia 17 de março e em seis seis dias mais de 590 pessoas morreram por Covid-19, no estado. O intervalo a cada 1 mil mortes vem reduzindo, o que demonstra o poder do impacto da doença e da transmissão comunitária de novas variantes, como das cepas de Manaus e do Reino Unido.

Na noite dessa terça-feira, o painel eletrônico da SESGO informava um total de 10.594 mortes, sendo 6.116 de homens e 4.478 de mulheres, nesse um ano de pandemia. Outros 306 óbitos são considerados suspeitos e estão sob averiguação para ver se, de fato, foram ocasionados pela Covid-19.

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