Goiás tem maior quantidade de novos casos da Covid em 24h este mês
Boletim do governo estadual informa, nesta quinta-feira, um total de 3.731 novos casos da doença. É a maior quantidade em 20 dias
atualizado
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Goiânia – Em um quadro de flexibilizações recentes em Goiás, a pandemia da Covid-19 não dá trégua e deixa um sinal de alerta nesta quinta-feira (20/5). O boletim epidemiológico do governo estadual informa um total de 3.731 novos casos da doença, em um período de 24 horas. É o maior quantitativo em um dia, desde o início deste mês.
A retomada de contaminações diárias acima de 3 mil casos é algo que preocupa, pois sinaliza a predominância de uma taxa elevada de contágio. Desde que o governo estadual não renovou o decreto, que determinava o funcionamento das atividades em regime 14 x 14, os municípios começaram, um por um, a flexibilizar as regras.
Em Goiânia, por exemplo, a prefeitura extinguiu restrições de horário para o funcionamento do comércio e autorizou realização de eventos sociais, como casamentos e festas infantis, com até 150 pessoas. Nessa quarta-feira (19/5), o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) sancionou lei que torna as academias de ginástica serviços essenciais.
Goiás viveu o colapso do sistema público e privado de saúde, entre os meses de março e abril. A ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), assim como a fila de espera, reduziu nas últimas semanas, o que motivou a flexibilização adotada pelos gestores. Os números, no entanto, voltam a sinalizar possível aumento dos casos.
Só nesta semana, é a segunda vez que o estado registra a maior quantidade de novos casos da Covid-19, desde o início do mês. Na terça-feira (18/5), o boletim epidemiológico informou um total de 3.397 novos registros e, agora, dois dias depois, surge o novo recorde de maio: 3.731 novos casos.
Desde o dia 5 maio, o estado não ultrapassava o total de 3 mil registros diários. Os últimos dias, pós-flexibilizações, acionaram o alerta. Em 20 dias de maio, Goiás registrou 39.753 novos casos de Covid-19 (60% do total registrado em todo o mês de abril) e 1.406 novas mortes ocasionadas pela doença.
Maior letalidade
Outro aspecto que evidencia a severidade da pandemia, apesar das liberações e retomada das atividades, é a taxa de letalidade. O índice informado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SESGO) é de 2,78%, nesta quinta-feira. Ele é maior que o registrado no mês anterior, quando Goiás tinha uma taxa de 2,63%.
No dia 20 de abril, o estado contabilizava 13.929 mortes por Covid-19. Agora, já possui 16.406. Só nesta quinta-feira, foram contabilizadas 53 mortes, sendo que 18 delas foram só em Goiânia, onde a ocupação dos leitos de UTI da Covid, na rede municipal de saúde, é de 80%.
Durante o pico da segunda onda, entre março e abril, a capital chegou a ter 100% dos leitos ocupados, o que ocorreu também nas redes estadual e particular. A fila de espera por um leito intensivo chegou a ter 384 pessoas. Nesta quinta-feira, segundo o Complexo Regulador Estadual, havia 24 pacientes.
Medo da piora do quadro
A redução da demanda por tratamento hospitalar, nas últimas semanas, foi o que embasou a tomada de decisão pela flexibilização por parte dos gestores municipais. Nos últimos dias, porém, alguns já expressam o temor em relação à possível piora do quadro e já retomaram algumas medidas.
Exemplo disso é a cidade de Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros, que adotou toque de recolher, após um fim de semana de tumulto e aglomeração de turistas. A terceira onda da pandemia já se mostra iminente no horizonte, conforme previsão dos epidemiologistas.
Até o momento, apenas 598.373 pessoas de Goiás receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19. Isso equivale a menos de 10% (8,53%) da população total do estado. Em Goiânia, o índice de quem já concluiu a imunização é de 13,4% da população (202.510 pessoas).