Goiás registra mais de 3 milhões de raios nos primeiros meses de 2024
Conforme registros do sistema de monitoramento da Equatorial Goiás, esse volume representa uma média de 35 mil raios por dia.
atualizado
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Goiânia – Em apenas três meses deste ano, Goiás foi atingido por mais de 3 milhões de descargas atmosféricas, mostram registros do sistema de monitoramento da Equatorial Goiás, concessionária de energia que atua no estado. Esse volume representa uma média de 35 mil raios por dia.
A análise é realizada em colaboração com o Climatempo e os técnicos do Centro de Operações Integradas (COI) da distribuidora, que monitoram, 24 horas por dia, as condições climáticas em todo o estado.
Em todo o ano de 2023, cerca de 14,4 milhões de raios atingiram o estado de Goiás. O número registrado era 379% maior do que o contabilizado durante o ano de 2022, que foi de 3,8 milhões.
Maior incidência
Um raio possui cerca de mil vezes mais intensidade que um chuveiro elétrico, podendo chegar a mais de 30 mil Ampères, com potência capaz de percorrer 5 km de distância. Ou seja, é uma grande descarga elétrica.
O levantamento mais recente feito pela concessionária de energia mostra que, de janeiro a março de 2024, os municípios goianos com o maior número de descargas foram: Niquelândia (110.187), Mineiros (103.932), Rio Verde (93.735), Jataí (84.737), Serranópolis (79.898), Cavalcante (69.620), Nova Crixás (62.600) e Quirinópolis (55.179).
País com mais raios no mundo
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alerta que o Brasil tem a maior incidência de raios do mundo. Regiões quentes como Goiás favorecem a formação de tempestades e descargas elétricas. O aquecimento global tem gerado temperaturas extremas, temporais cada vez mais fortes e tem aumentado a quantidade de raios, segundo os pesquisadores. Por isso, é fundamental estar preparado para os riscos associados a esses fenômenos naturais.
Um levantamento feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que o Brasil teve 835 pessoas mortas por causa de raios na última década.
- Pará – 88 mortes (1,16 morte por ano por milhão de habitantes)
- Amazonas – 78 mortes (2,23 mortes por ano por milhão de habitantes)
- São Paulo – 77 mortes (0,19 morte por ano por milhão de habitantes)
- Maranhão – 73 mortes (1,11 morte por ano por milhão de habitantes)
- Minas Gerais – 61 mortes (0,31 morte por ano por milhão de habitantes)
- Mato Grosso – 45 mortes (1,50 morte por ano por milhão de habitantes)
- Mato Grosso do Sul – 44 mortes (1,76 morte por ano por milhão de habitantes)
- Piauí – 35 mortes (1,09 morte por ano por milhão de habitantes)
- Paraná – 34 mortes (0,33 morte por ano por milhão de habitantes)
- Goiás – 34 mortes (0,57 morte por ano por milhão de habitantes)
- Tocantins – 33 mortes (2,36 mortes por ano por milhão de habitantes)
- Rio Grande do Sul – 30 mortes (0,28 morte por ano por milhão de habitantes)
No Brasil como um todo, a taxa é de 0,40 morte por ano por milhão de habitantes.
A intensidade das chuvas e o aumento na frequência de raios causam danos significativos à rede elétrica. De acordo com a Equatorial, as descargas atmosféricas são responsáveis por aproximadamente 20% das interrupções no fornecimento de energia, além de ocasionarem curtos-circuitos, danos a equipamentos e até mesmo acidentes fatais.
Veja cuidados para evitar danos materiais e físicos durante tempestades
Cuidados dentro de casa:
- Evite o uso do celular, chuveiro, secador de cabelo e ferro elétrico conectados à tomada;
- Evite consertos de instalações elétricas;
Cuidados fora de casa:
- Não encoste em objetos metálicos como postes, cercas de arame, tubos metálicos e principalmente linhas telefônicas ou elétricas;
- Não toque em aparelhos elétricos com as mãos ou pés úmidos;
- Não tente carregar aparelhos móveis, como celulares, em locais úmidos;
- Nunca tente desligar ou religar energia da rede elétrica por conta própria;
- Evite estar em locais como campos abertos, piscinas, lagos, praias, árvores isoladas, postes e locais elevados.