Goiás registra as menores taxas de umidade do ar no Brasil
Níveis em cidades goianas ficaram abaixo dos 12%, considerados de grande perigo. Goiânia tem a menor taxa entre as capitais, com 11%
atualizado
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Goiânia – Chega setembro e a sensação de tempo seco aumenta, significativamente, em Goiás. Cidades do estado, incluindo Goiânia, registraram nos últimos dias as menores taxas de umidade relativa do ar no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Os índices já chegaram a ficar abaixo de 12%, que é o limite utilizado para emissão de alerta vermelho e para a classificação de grande perigo. Nessas condições, aumenta a possibilidade de incêndios florestais e danos à saúde, o que requer certos cuidados por parte da população (confira abaixo).
Na terça-feira (7/9), das 20 cidades brasileiras com as menores taxas de umidade do ar, 11 eram goianas. Na liderança, apareceu Alto Paraíso de Goiás, com 8%, seguida por Caiapônia, Edeia, Goiânia, cidade de Goiás, Luziânia, Pires do Rio, Silvania e São Simão, com 11%.
Em Alto Paraíso, segundo a chefe do Inmet em Goiás e Tocantins, Elizabete Alves Ferreira, o sensor está com problema técnico, o que prejudica a confiabilidade do dado emitido. De toda forma, mesmo retirando o município do ranking, pontos goianos seguem na liderança.
Em relação a cidades de outros estados, aparecem na mesma situação Costa Rica e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, Gama (DF) e Votuporanga (SP), também com registros recentes de umidade na casa dos 11%.
Entre as capitais
Goiânia, com seus 11% de umidade na terça-feira e previsão de 10% nessa quarta-feira (8/9), teve o menor índice de umidade, entre todas as capitais do Brasil, incluindo Brasília. Na terça, a cidade registrou a sua maior temperatura do ano até então, com 38,7ºC. Nessa quarta, a máxima foi de 37,9ºC.
“Isso faz parte da nossa climatologia. O mês de setembro tende a ser o mais quente e seco. Há anos que se destacam em termos de recordes de temperatura e, nos últimos anos, isso tem ocorrido entre setembro e início de outubro, com umidades em torno de 10%. Goiânia mesmo já chegou a 8%, o menor índice da história. De 2000 para cá, isso tem sido mais frequente”, explica Elizabete.
A situação deve se prolongar até a próxima semana, segundo ela, em virtude de uma massa de calor e ar seco que atinge o estado. “Até durante a noite, a umidade está baixa. Já amanhecemos, por exemplo, com umidade em torno de 40%, enquanto o normal seria 80%”, explica a chefe do Inmet.
Retorno das chuvas
A previsão de retorno das chuvas em Goiás – que sofre, desde junho, com os incêndios florestais em áreas de preservação e a redução da capacidade hídrica nos rios e reservatórios – é a partir da segunda quinzena de outubro. Até lá, segundo Elizabete, as precipitações deverão ser isoladas.
Nas imediações de Goiânia, o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (Peamp) sofreu com uma área de 365 hectares atingida por fogo nos últimos dias. Na Chapada dos Veadeiros, focos de incêndio continuam sendo registrados em locais próximos ao parque nacional.
Cuidados com a saúde
Enquanto a situação não melhora, o ideal é a população tentar cuidar da saúde para evitar problemas respiratórios, sangramentos no nariz e irritação nos olhos. Entre as recomendações do Inmet, aparecem:
– Beba bastante líquido;
– Atividades físicas são nocivas nessas condições de tempo seco;
– Evite exposição ao sol nas horas mais quentes do dia;
– Use hidratante para pele e umidifique o ambiente;
– Evite bebidas diuréticas, como café e álcool;
– Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (199) e ao Corpo de Bombeiros (193).