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Goiás: família é expulsa de avião após jovem autista não usar máscara

Lei federal de 2020 dispensa o uso obrigatório do dispositivo para pessoas no espectro autista. Caso ocorreu em avião partindo de Goiânia

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Adolescente autista retirado de avião por não usar máscara - Metrópoles
1 de 1 Adolescente autista retirado de avião por não usar máscara - Metrópoles - Foto: Reprodução

Os pais de um jovem autista, de 15 anos, denunciaram que foram expulsos de um avião da Gol em Goiânia (GO) porque o filho não conseguiu usar máscara de proteção facial contra a Covid-19. O episódio ocorreu apesar da existência de uma lei federal que dispensa o uso obrigatório do dispositivo para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A família estava na capital goiana para passar o feriado de Natal com parentes e, na ocasião em que foram retirados do avião, na quarta-feira (28/12), eles embarcavam para os Estados Unidos, onde moram.

Segundo José Filho, pai do adolescente, o jovem foi diagnosticado aos 3 anos de idade e, desde então, faz acompanhamento médico. Por conta do autismo, o garoto é agitado e tem grande sensibilidade sensorial, o que provoca incômodo elevado ao usar a máscara.

“Tentamos colocar uma máscara nele, mas ele puxa, rasga, tem muita dificuldade em colocar a máscara”, detalhou o pai do jovem, à TV Anhaguera. Segundo ele, o episódio causou grande constrangimento para a família e indignação dos demais passageiros.

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“Crachá de autista”

A família foi retirada da aeronave após o embarque, quando já estavam sentados nas poltronas aguardando a decolagem. De acordo com José Filho, eles foram desrespeitados pelos funcionários da companhia e, mesmo apresentando um documento virtual que comprova o quadro do adolescente, foram impedidos de viajar.

Segundo o relato, tudo começou quando uma aeromoça pediu aos passageiros para que colocassem a ferramenta de proteção contra a Covid-19. Os pais do menino, então, explicaram que ele é autista nível 2 e, por isso, atitudes como usar máscara podem causar um distúrbio sensorial nele e desencadear uma crise.

Contudo, apesar da documentação apresentada, José afirma que a equipe da companhia insistiu que o menino precisaria ter um “crachá de autista” para ficar isento da obrigatoriedade.

“O comandante me chamou e disse que dentro do avião era autoridade. Ele desqualificou os documentos que nós apresentamos e disse que poderia dar voz de prisão”, disse José.

O empresário ressalta que o comandante justificou a decisão de retirá-los da aeronave como uma forma de “proteger a tripulação”. “Então meu filho é um perigo por ser autista?”, questionou.

Após saírem da aeronave, José e a família fizeram uma denúncia e registraram o caso na Polícia Federal.

Em nota ao G1, a companhia aérea Gol afirmou que, na situação, “as documentações apresentadas sobre a condição do cliente menor de idade não continham laudo que atestasse que ele não poderia usar a máscara durante o voo” e que, diante disso, “a tripulação solicitou o desembarque”.

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