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GO: vacinas de Covid foram furtadas em depósito da Secretaria de Saúde

Técnico de refrigeração preso teria sido responsável por furtar 24 frascos, que seriam suficientes para vacinar 240 pessoas com uma dose

atualizado

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Reprodução/Polícia Civil de Goiás
Vacinas de Covid furtadas da Secretaria de Saúde de Goiás
1 de 1 Vacinas de Covid furtadas da Secretaria de Saúde de Goiás - Foto: Reprodução/Polícia Civil de Goiás

Goiânia – Saíram de dentro do próprio depósito refrigerado da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SESGO) as doses de vacina da Covid-19 que estavam sendo vendidas ilegalmente por um homem preso na última quarta-feira (7/4), em Senador Canedo, na região metropolitana de Goiânia.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO), o técnico em refrigeração Marcos Antônio Costa Oliveira foi o responsável pelo furto. Em duas oportunidades ele subtraiu, ao todo, 24 ampolas da Coronavac que dariam para vacinar 240 pessoas com uma dose, cada.

O técnico foi preso no fim da tarde de quarta na porta de um supermercado de Senador Canedo, quando tentava comercializar doses da vacina. Uma pessoa para a qual ele teria oferecido o imunizante denunciou o fato à Guarda Civil Municipal (GCM) que, junto com a Polícia Militar, efetuou a prisão do suspeito.

Em entrevista coletiva na noite desta quinta (8/4), o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, disse que boa parte do caso já está elucidada. Para ele, já há indícios e provas consistentes para apontar Marcos Antônio como responsável pelo furto. A próxima etapa da investigação agora é chegar aos compradores da vacina.

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Vacinas de Covid furtadas da Secretaria de Saúde de Goiás
Técnico em refrigeração guardava doses em casa, dentro da geladeira
Cada ampola contém o correspondente a dez doses
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Caminhões e, ao fundo, Central de Rede de Frio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, de onde vacinas teriam sido furtadas

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Vacinas de Covid furtadas da Secretaria de Saúde de Goiás

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Técnico em refrigeração guardava doses em casa, dentro da geladeira

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Cada ampola contém o correspondente a dez doses

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Oportunismo

Conforme foi apurado, há alguns dias houve um problema no sistema de refrigeração da Central de Rede de Frio da SES, em Goiânia, onde as vacinas ficam armazenadas antes de serem enviadas aos municípios. A empresa terceirizada que faz manutenção foi acionada e enviou um técnico ao local. O técnico seria Marcos Antônio.

Como não há vigilância no interior da câmara fria, ele se aproveitou e furtou quatro ampolas de Coronavac. Essas doses teriam sido vendidas, conforme o próprio técnico contou à Polícia Civil de Goiás (PCGO).

A falta destas quatro ampolas, aliás, conforme a própria SES informou, já tinha sido sentida quando houve a conferência no estoque. A secretaria estava atrás de identificar se alguma remessa para o interior do estado tinha sido feita com doses a mais.

Na última terça (6/4), após forte chuva, o sistema de refrigeração voltou a apresentar problemas. Novamente a assistência foi acionada. De novo Marcos Antônio compareceu. Dessa vez, animado com o êxito da primeira ação, resolveu levar logo uma caixa inteira de vacinas, com 20 ampolas.

Tudo parecia correr bem para ele até a tarde de quarta, quando GCM e PM efetuaram sua prisão. O suspeito estava com três frascos de Coronavac quando foi preso. O restante das doses estava em sua residência, na geladeira. Ao final do inquérito, o técnico em refrigeração deve responder por furto qualificado e crime contra a saúde pública.

Compradores

De acordo com Rodney Miranda, agora o trabalho será identificar os prováveis compradores do primeiro lote de vacinas furtadas por Marcos Antônio. A quebra do sigilo bancário e telefônico do suspeito já foi solicitada. Assim que for autorizada pela Justiça, a expectativa é localizar as pessoas que compraram de forma ilegal a vacina.

Identificadas, elas podem responder por receptação qualificada e crime contra a saúde pública. Conforme o preso contou à polícia, as primeiras doses teriam sido negociadas a R$ 450.

“Além de terem participado de um crime, essas pessoas também não estão imunizadas. Conforme os técnicos da Secretaria de Saúde informaram, as doses vendidas não têm eficácia por não terem sido armazenadas da forma adequada assim que foram retiradas da câmara fria”, disse Rodney Miranda.

Reset

O secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, demonstrou estupefação com a situação ocorrida. Ele disse que mesmo o mundo vivendo momentos tão difíceis como os atuais em meio à pandemia, ainda existem pessoas que não têm escrúpulos. “Eu diria que o ser humano carece de um reset”, desabafou.

O secretário de segurança destacou que o episódio é lamentável, mas que também servirá de experiência. De acordo com ele, para que situações semelhantes não voltem a ocorrer, a segurança no local de armazenamento será reforçada.

“A vacina é um ativo muito precioso. Precisamos nos cercar da maior segurança possível. A SSP se coloca à disposição para contribuir com a Secretaria de Saúde para o reforço da vigilância”, frisou. Segundo Rodney Miranda, a câmara pode passar a contar com circuito interno de câmeras, além de revista das pessoas na entrada e saída do local.

Conforme o secretário, a Secretaria de Segurança Pública também encaminhará orientações aos municípios para que eles reforcem a vigilância em torno de seus próprios locais de armazenamento das vacinas.

Desvio de foco

O preso tentou confundir a investigação. De início, ele não quis identificar a origem das doses. Chegou a falar que elas tinham sido retiradas do estoque do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol). Outra versão foi a de que teriam sido desviadas de lotes enviados ao Distrito Federal.

O técnico em refrigeração disse à polícia que as ampolas lhe teriam sido repassadas por uma segunda pessoa, um morador do Setor Bueno. A Polícia Civil foi até o endereço indicado e prendeu o autônomo Rodrigo Gomes Lisboa.

Este último, negou o tempo todo que tivesse disponibilizado as vacinas para o técnico em refrigeração. Pelo contrário, disse ele, o outro teria lhe oferecido algumas doses. No entanto, ele teria se negado a fazer a compra.

De toda forma, se não foi preso por envolvimento na venda ilegal de vacinas, Rodrigo continua detido por ter sido identificada a participação dele em outros crimes, como estelionato. De acordo com a polícia, ele teria envolvimento com falsificação de cartões e outros golpes.

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