GO: suspeito de abusar de mais de 50 pacientes, ginecologista é preso novamente
Médico responde por novo processo relacionado a vítimas de Abadiânia (GO). Cerca de 50 pacientes já denunciaram o profissional
atualizado
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Goiânia – O ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, foi preso novamente na manhã desta sexta-feira (8/10) em Anápolis, a 55 quilômetros da capital goiana. Ele é suspeito de cometer abusos sexuais contra pacientes no decorrer de consultas e exames.
Nicodemos chegou a ficar preso preventivamente durante cinco dias, por suspeita de abusar de três mulheres em uma clínica de Anápolis. Ele foi solto em 6/10 e estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. Após a prisão, mais de 50 mulheres procuraram a delegacia para denunciá-lo.
Agora, o médico voltou a ser preso por ordem de um mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo criminal da comarca de Abadiânia, onde um novo inquérito policial foi instaurado após quatro vítimas declararem ter sido também abusadas pelo médico.
O ginecologista foi conduzido para Abadiânia, onde está sendo ouvido pelo delegado Rosivaldo Linhares, responsável pela investigação que resultou na prisão desta sexta. Após ser ouvido, o profissional será transferido para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital, segundo a Polícia Civil.
Um processo em segredo de justiça da Vara Criminal de Abadiânia contra Nicodemos tramita desde o dia 6/10.
Recurso
Após a soltura do médico há alguns dias, a promotora Camila Fernandes Mendonça, do Ministério Público de Goiás, entrou com um pedido da continuidade da prisão de Nicodemos. Em entrevista ao Metrópoles, a integrante do MP falou da importância de ouvir a vítima e pediu sensibilidade do Poder Judiciário.
“É muito importante que essas vítimas sejam acolhidas e ouvidas. O Poder Judiciário precisa ter essa sensibilidade de olhar mais para as vítimas, e não só para o réu. É isso que tento demonstrar no recurso para tentar restabelecer a prisão dele [o médico]”, disse a promotora.
O portal entrou em contato com a equipe jurídica do médico na manhã da nova prisão e aguarda retorno. A defesa do ginecologista tem dito que as denúncias feitas contra o profissional têm relação com o “simples exercício profissional”. “O médico em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”, diz nota assinada pelo advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins.
Antecedentes
O ginecologista tem uma condenação em primeira instância de dezembro de 2020 por importunação sexual. Segundo a vítima, o profissional colocou o dedo em suas partes íntimas, encostando nela por trás, durante um exame, em 2018, em uma clínica de Samambaia (DF).
Uma pessoa do Paraná chegou a denunciá-lo anteriormente, mas o caso foi arquivado. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) interditou temporariamente o profissional, que está proibido de exercer a medicina em todo o país.