GO: polícia faz operação contra suspeitos de furarem fila da vacina
Operação Falsa Modéstia investiga empresários de Rubiataba (GO) que teriam se passado por recepcionistas de hospitais para serem vacinados
atualizado
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Goiânia – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu, nesta sexta-feira (16/4), 14 mandados de busca e apreensão contra empresários, fazendeiros, profissionais liberais, entre eles uma engenheira civil, e funcionários públicos de Rubiataba, no norte do estado, que teriam furado a fila da vacina contra a Covid-19.
A ação levou o nome de Operação Falsa Modéstia, pois a investigação descobriu que essas pessoas teriam se passado por funcionários de clínicas e hospitais da região para receberem a vacina. Elas teriam afirmado, por exemplo, que exerciam funções de recepcionista e auxiliar de serviços gerais.
Uma das investigadas possui inscrição regular como engenheira civil. Ela declarou à Secretaria Municipal de Saúde de Rubiataba que trabalhava como recepcionista de um clínica odontológica e recebeu a vacina.
Quatro dias antes, no entanto, conforme o apurado pela investigação, foi emitida uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) no nome e número de inscrição profissional dela, o que indicou para a polícia que ela exercia a função de engenheira e não de recepcionista.
Os mandados foram cumpridos em residências e demais locais que pertencem aos suspeitos. Além dos elementos que contribuem com a investigação do caso em si, a polícia encontrou, ainda, duas espingardas, uma pistola calibre 635, munições e diversos documentos e objetos.
O material será analisado para apurar eventual envolvimento de outras pessoas. Os suspeitos são investigados por crimes de falsidade ideológica e infração de medida sanitária preventiva. Esse crimes podem resultar em mais de quatro anos de prisão, além de multa.
Ceres
Os mandados foram cumpridos em Rubiataba e Ceres. Nessa última, também houve suspeita de uso de informações falsas para furar a fila da vacina. O esquema teria sido semelhante ao que ocorreu na cidade vizinha.
Familiares de donos de hospitais, empresários e fazendeiros do município teriam se passado por funcionários das unidades de saúde para receberem a primeira dose da CoronaVac.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) apura o caso. A prefeitura da cidade chegou a afastar servidoras da secretaria local de saúde até que tudo fosse apurado.
Só em Goiás, nas primeiras semanas de vacinação, até o início de fevereiro, o MPGO já apurava suspeitas de burlar a ordem estabelecida da vacinação em 17 cidades diferentes.