GO: pastores são donos de clínica clandestina que torturava pacientes
Cinquenta pessoas foram resgatadas no local desnutridas e com ferimentos graves; eles eram mantidos em cárcere privado em ambiente insalubre
atualizado
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Goiânia – Os proprietários da clínica clandestina onde 50 pacientes eram mantidas em cárcere privado e sofriam tortura, são pastores de uma igreja evangélica em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana. De acordo com a Polícia Civil, o casal de religiosos se identifica como Junior e Suelen Klaus.
Conforme a corporação, o homem está foragido, já a esposa dele, que é servidora da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) de Anápolis, foi presa durante a operação que aconteceu na noite de terça-feira (29/8). Além da mulher, outras cinco pessoas foram presas e devem responder por tortura e cárcere privado qualificado.
Por meio de nota, a prefeitura de Anápolis informou que “ao tomar conhecimento da situação irá exonerar a servidora no Diário Oficial desta quarta-feira, 30”.
Foragido
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Manoel Vanderic, o pastor fugiu da clínica por uma mata. O local fica na zona rural do município e ele chegou a ser procurado na região, mas, até o momento, não foi localizado. O líder religioso é pastor da Igreja Batista Nova Vida de Anápolis.
Além da pastora, outros quatro funcionários, investigados por agredir as vítimas, foram presos. Segundo a Polícia Civil, “todos responderão por tortura e cárcere privados qualificados e foram recolhidos na cadeia pública, com exceção de um, que fugiu durante a diligência e segue sendo procurado.”
Tortura
Consta nas investigações que eles foram levados de forma ilegal e involuntária ao local, onde eram confinados mediante pagamento de, no mínimo, um salário mensal. Vários apresentavam lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação.
As vítimas foram acolhidas pelos serviços de saúde mental e assistência social da Prefeitura de Anápolis, onde passaram a madrugada desta quarta-feira (30/8) recebendo alimentação, higiene e primeiros socorros. Os pacientes foram acomodados no estádio da cidade, local onde foi montada uma força-tarefa para recebê-los.
Os servidores municipais realizaram a identificação das vítimas e tentam localizar familiares, já que muitos são de outros estados da Federação. Alguns precisaram de hospitalização e foram resgatados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).