GO: operação busca 470 veículos de suspeitos de praticar golpes rurais
Até o momento, quatro pessoas foram presas e duas estão foragidas. Segundo a PCGO, grupo aplicou golpes em quase 15 produtores rurais
atualizado
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Goiânia – Cerca de 470 veículos foram apreendidos em uma operação da Polícia Civil de Goiás (PCGO) contra um grupo criminoso suspeito de golpes em, ao menos, 13 produtores rurais de Rio Verde, no sudoeste goiano. De acordo com a corporação, os suspeitos também integram uma organização especialista em sonegação fiscal.
Além dos veículos, foram apreendidos duas aeronaves, sete imóveis de luxo e ainda foi pedido o bloqueio de R$ 19 bilhões. A polícia solicitou a quebra de sigilo bancário para apurar o valor exato dos danos. Quatro pessoas foram presas e outras duas estão foragidas. A suspeita é de os dois suspeitos tenham fugido para os Estados Unidos.
A operação, chamada de Deméter, aconteceu nos dias 28 e 29 de novembro, cumpriu 34 mandados de busca e apreensão e realizou quatro prisões nas cidades de Rio Verde, Morrinhos, Goiânia, Santo Antônio da Barra e Montividiu.
Os produtores de grãos que levaram o golpe tiveram prejuízo total de R$ 40 milhões, segundo a PCGO.
Lista de Interpol
Os suspeitos foragidos são Camila Rosa Melo e Vinícius Martini de Mello. A polícia acredita que o casal tenha fugido para os Estados Unidos. Os nomes deles foram colocados na lista vermelha de procurados da Interpol. Por esse motivo, a Polícia Civil de Goiás está divulgando o nome e a foto dos dois.
Para aplicar os golpes, a organização criminosa criava empresas fantasmas e usava laranjas para emitir notas fiscais sem recolher os impostos, conhecidas como “empresas noteiras”.
Até o momento, 13 vítimas registraram boletins de ocorrência. No entanto, a PCGO acredita que esse número seja ainda maior, já que alguns produtores optaram por não denunciar o caso.
Os relatos indicam que Vinicius se aproximava dos agricultores com a promessa de comprar grãos, mas, após receber o pagamento, não entregava a mercadoria e revendia os produtos para terceiros.
Informações extraoficiais apontam que a empresa do casal teria comprado mais de 3 milhões de sacas de grãos a cerca de R$ 60 cada, com pagamentos previstos para os próximos meses. Alguns produtores já entregaram toda a produção para a empresa.
A investigação identificou que o grupo fez uma movimentação suspeita de cerca de R$ 19 bilhões em pouco mais de três anos. A polícia pediu o bloqueio desse valor, o que até essa segunda-feira (2/12) ainda não foi deferido pela Justiça.