GO: mulher usa educação para combater Alzheimer e se forma aos 78 anos
Aluna da Educação de Jovens e Adultos e com Alzheimer, Terezinha Valim de Souza concluiu o 5º ano do Ensino Fundamental, em Caldas Novas
atualizado
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Goiânia – Aos 78 anos e com Alzheimer há seis anos, a idosa Terezinha Valim de Souza conseguiu uma grande conquista nessa terça-feira (27/6). Aluna da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Rede Municipal de Ensino de Caldas Novas, a cerca de 170km da capital goiana, ela colou grau em uma solenidade especial, após concluir o 5º ano do Ensino Fundamental, no polo da Escola Municipal Mather Isabel.
Devido ao avanço da doença, que é progressiva e pode destruir a memória e outras funções mentais importantes, dona Terezinha recebia aulas em casa. A coordenadora do projeto Nely Gonçalves explica que, com o passar do tempo, ela não conseguia mais estar em sala de aula com os demais alunos.
“Como sabemos que a educação é uma grande aliada no combate e tratamento dessa doença, decidimos que dona Terezinha teria aulas em casa, com atividade lúdicas, trabalho com jornais e demais projetos que ajudam a retardar os sintomas do Alzheimer”, explicou ela.
Luciana Valim, filha da dona Terezinha, afirma que o sentimento hoje é de gratidão. “Não é fácil, têm dias que ela está bem, lúcida, têm dias que não, mas é muito gratificante ver a evolução dela. Acredito que se ela não estivesse estudando, estaria acamada”, falou emocionada.
Alzheimer
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 55 milhões de pessoas vivam com algum tipo de demência, sendo a mais comum a doença de Alzheimer, que atinge sete entre 10 indivíduos nessa situação em todo o mundo. Já no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que em torno de 1,2 milhão de pessoas têm a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.
Estudos mostram, com base nas análises da neurologista Elisa Resende e de seu time de pesquisadores, que a educação tende a ser uma das protagonistas no combate a essa doença. Todas as evidências coletadas nas análises apontam-na como uma ferramenta bastante eficiente.
Tudo indica que a educação expande os horizontes quando se fala de demência e Alzheimer. Com ela, boa parte da qualidade de vida do paciente pode ser prolongada, e o impacto sobre seus familiares e outras pessoas próximas tende a ser menor.