GO: mortalidade por Covid chega a ser 22 vezes maior em não vacinados
Dados de morte e internações por Covid em Goiás, nos últimos 28 dias, mostram maior chance de complicações entre pessoas não imunizadas
atualizado
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Goiânia – O comparativo entre as taxas de internação e morte ocasionadas pela Covid-19, entre vacinados e não vacinados, evidencia a eficácia da imunização completa. Em Goiás, o índice de óbitos para cada 100 mil habitantes chega a ser 22 vezes maior em grupos não vacinados, conforme dados atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
O órgão passou a divulgar as taxas, conforme o status vacinal, no painel da Covid e as dividiu em dois grupos: internações e óbitos de pessoas acima de 60 anos e internações e óbitos de pessoas entre 18 e 59 anos. No grupo com maior idade, justamente o mais atingido pela pandemia, até então, e que corresponde à maioria das mortes registradas no estado, é onde se verifica a maior variação.
A taxa de morte para cada 100 mil habitantes, entre idosos que tomaram apenas uma dose da vacina ou não se vacinaram, foi de 446,06 nos últimos 28 dias. Enquanto isso, no grupo que já tomou a dose de reforço (terceira dose), o número fica em 20,05, ou seja, 22 vezes menor. Já em relação aos que tomaram duas doses, a taxa é de 62,84, sete vezes menor.
O mesmo é verificado na faixa etária entre 18 e 59 anos. A taxa de morte por Covid na população que não se vacinou é de 4,04 – mais de 16 vezes maior do que a registrada no grupo que já tomou as três doses da vacina (0,25) e mais de duas vezes maior do que a registrada entre os que tomaram as duas doses (1,62).
Goiás já contabilizou 25.623 mortes ocasionadas pela doença, desde o início da pandemia. Desse total, 16.452 foram de pessoas com mais de 60 anos, ou seja, 64% dos total de óbitos. E mesmo sendo um grupo que teve a chance de se vacinar primeiro em todas as fases da campanha de imunização, ainda existem casos de pessoas que sequer tomaram a primeira dose.
Vacinação
O Metrópoles mostrou no início deste mês que mais de 2,1 milhões de goianos, de todas as idades e que já poderiam estar vacinados, não retornaram para tomar a segunda dose ou, simplesmente, decidiram não se vacinar. Isso equivale a quase 30% da população do estado.
A superintendente de Vigilância em Saúde da SESGO, Flúvia Amorim, diz que se juntar o atraso de quem ainda não foi tomar a dose de reforço, esse número aumenta ainda mais.
Até o momento, na população acima de 5 anos, o estado atingiu 84,21% de pessoas vacinadas com uma dose e 72,27% de vacinados com as duas doses ou dose única (Janssen).
Em relação à dose de reforço, foram aplicadas, até então, 1.355.729 doses em Goiás, que correspondem a menos de 25% da população total do estado (7,2 milhões de habitantes).
Maior chance de internação
As vacinas contra a Covid, como já ficou comprovado por estudos e análises clínicas, têm a função essencial de evitar o agravamento do quadro de quem é contaminado pela doença. Entram nesse contexto, claro, as chances de internação.
Os dados de Goiás mostram que pessoas sem vacina ou com vacinação incompleta tem maior possibilidade de serem internadas do que aquelas que estão em dia com a imunização.
Nos últimos 28 dias, a taxa de internação de pessoas com mais de 60 anos foi 18 vezes maior entre os não vacinados (703,92), se comparada com a do grupo que já recebeu a terceira dose (31,71). No comparativo com a taxa de pacientes que tomaram duas doses (90,69), a diferença é seis vezes maior.
A condição é verificada também no grupo de faixa etária entre 18 e 59 anos. Os não vacinados registraram taxa de internação quatro vezes maior (9,51) que o público vacinado com três doses (2,14) e quase duas vezes maior que o grupo com duas doses (5,22).