GO: mais de 150 pessoas são resgatadas em situação análoga à escravidão
Trabalhadores estavam vivendo em condições precárias. Segundo MPT, um idoso foi encontrado em uma casa sem banheiro
atualizado
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Goiânia – Mais de 150 trabalhadores foram resgatados por trabalho análogo à escravidão em Goiás. A operação, que começou no dia 7 deste mês e foi concluída nessa quinta-feira (16), resultou em três resgates em duas cidades da região sudoeste do estado, Acreúna e Quirinópolis.
A ação foi desenvolvida de forma conjunta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTB/GO), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF).
De acordo com o MPT, 139 pessoas trabalhavam sem as mínimas condições necessárias em uma usina de cana-de-açúcar e 13 trabalhadores, da mesma forma, só que em uma fábrica de ração.
Os nomes das empresas e dos empresários onde os trabalhadores atuavam não foram divulgados pelo MPT.
Condições degradantes
Conforme o MPT, em Acreúna, foram encontrados 139 trabalhadores em uma usina de cana-de-açúcar. A situação foi descoberta após uma denúncia registrada no site do ministério. Segundo o órgão, eles trabalhavam de forma forçada, com jornadas exaustivas e se submetendo a situações degradantes de trabalho.
Os trabalhadores são oriundos do Nordeste, de estados como Piauí, Pernambuco, Maranhão e Bahia.
Um ação coletiva foi realizada no Fórum de Acreúna para indenizar as pessoas. Na ocasião, o MPT notou irregularidades nos contratos dos funcionários. Conforme o órgão, a usina teria contratado empresas terceirizadas que seriam responsáveis por atrair os trabalhadores para o serviço.
Funcionava da seguinte forma: a usina contratava empresas e essas empresas atraiam esses trabalhadores para trabalhar no local com a promessa de receber um salário maior do que era pago, e com alojamentos com “boas condições” para eles morarem.
Sem banheiro
Também durante a operação, um idoso de 67 anos foi achado em uma fazenda na zona rural de Quirinópolis, sem as mínimas condições necessárias. De acordo com o MPT, eles estava morando em uma casa com a estrutura prestes à cair e que não tinha, ao menos, um banheiro.