metropoles.com

GO: Justiça determina prisão de PMs acusados de matar jovem com câncer

Investigação aponta que vítima foi agredida com cassetete e teve cabeça pressionada contra parede chapiscada durante abordagem em Goiânia

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Instagram
Barbeiro Chris com câncer morto PM Goiás
1 de 1 Barbeiro Chris com câncer morto PM Goiás - Foto: Instagram

Goiânia – A Justiça de Goiás determinou, nesta sexta-feira (10/12), a prisão preventiva dos policiais militares acusados de agredir e, como consequência, matar um jovem que tinha câncer nos ossos havia 10 anos. As agressões teriam ocorrido durante uma abordagem na capital goiana. Eles se tornaram réus pelo crime de homicídio qualificado.

Na decisão, o juiz Eduardo Pio Mascarenhas considerou que existem “indícios de autoria e prova da materialidade delitiva” contra os policiais Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior. Eles são acusados pela morte de Chris Wallace da Silva, de 24 anos, após agressões durante abordagem policial no dia 10 de novembro.

4 imagens
Chris chegou em casa vomitando sangue e com crise convulsiva, segundo a mãe
Barbeiro Chris Wallace da Silva morreu após  sofrer agressão violenta em rua do bairro Fidélis, em Goiânia
Barbeiro de 24 anos foi morto após ação policial, segundo a família
1 de 4

Chris Wallace da Silva, de 24 anos, morreu após seis dias internado por causa de espancamento

Instagram
2 de 4

Chris chegou em casa vomitando sangue e com crise convulsiva, segundo a mãe

Instagram
3 de 4

Barbeiro Chris Wallace da Silva morreu após sofrer agressão violenta em rua do bairro Fidélis, em Goiânia

Reprodução: Instagram
4 de 4

Barbeiro de 24 anos foi morto após ação policial, segundo a família

Instagram

Testemunhas contaram terem visto os militares agredindo o jovem com golpes de cassetete e, também, batendo a cabeça dele contra um muro com chapiscos. O jovem chegou a ser internado, mas morreu seis dias depois da abordagem policial.

Gravidade

De acordo com a decisão, a liberdade dos policiais “atenta contra a ordem pública e repercute de maneira danosa e prejudicial ao meio social em que vivemos, haja vista a gravidade do crime combinada com o modus operandi, tendo em vista que a vítima foi espancada em via pública, no período noturno”.

Familiares contaram que o jovem chegou à casa dele muito machucado, vomitando sangue e com convulsões.

De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), além de materializada a autoria do crime e a necessidade de garantia da ordem pública, causou preocupação o fato de que o policial Bruno tenha entrado em contato por telefone com a irmã da vítima, manifestando intenção de falar com ela sobre a ocorrência.

Segundo a investigação, “a conduta que poderia ter prejudicado a obtenção de informações”. “Ressalva-se a existência nos autos de vários testemunhos sigilosos, expediente decorrente do temor de represálias por parte dos representados, potencializado por integrarem a força policial”, escreveu o delegado Ernane de Oliveira Cázer, adjunto da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH) e responsável pelo caso.

Laudo de exame cadavérico, produzido pelo Instituto Médico Legal (IML), atesta que Chris morreu por causa de um traumatismo cranioencefálico causado por ação contundente, o que, segundo a investigação, condiz com o relato de testemunhas que viram o jovem ter a cabeça prensada com força em um muro pelos policiais. A vítima também apresentava ferimentos pelo corpo, principalmente na mão, no quadril e no peito.

Câncer

Desde os 14 anos, Chris sofria com um mieloma múltiplo, um tipo de câncer caracterizado principalmente por fraturas ósseas agravadas diante de esforços físicos. A mãe dele, Vanderlete Leite, disse que, desde a infância, ele conviveu com fortes dores e crises que o impediram de concluir o ensino e de ter muitas atividades cotidianas.

“Eu tinha o maior cuidado com meu filho para ele não se quebrar, cuidava e me dispunha de tudo na minha vida por ele. Se meu filho tivesse morrido por causa do mieloma eu estaria mais conformada”, disse à época.

O Metrópoles não obteve retorno da PM e Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO). O portal também não conseguiu o contato da defesa dos policiais.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?