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GO: “coiotes” cobravam até R$ 100 mil por travessia para os EUA

Segundo a PF, grupo atuava há mais de 20 anos em Goiás e chegou a movimentar R$ 59 milhões com a migração de 400 pessoas

atualizado

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Divulgação/PF
imagem colorida rota de imigração goias eua
1 de 1 imagem colorida rota de imigração goias eua - Foto: Divulgação/PF

Goiânia – De acordo com a Polícia Federal, um grupo de brasileiros suspeito de enviar pessoas ilegalmente para os Estados Unidos cobrava até R$ 100 mil por travessia. Segundo a corporação, os “coiotes” atuavam há mais de 20 anos disfarçados de empresa de turismo e chegaram a movimentar cerca de R$ 59 milhões com a migração de mais de 400 pessoas.

A operação Dark Route foi deflagrada nessa quinta-feira (6/6) e cumpriu mandados em Goiânia e Anápolis, a 55 km da capital. Os nomes dos investigados não foram divulgados e, segundo a PF, eles respondem por promoção de migração ilegal, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Segundo o delegado Charles Lemes, os brasileiros interessados em emigrar ilegalmente para os EUA procuravam agências de turismo vinculadas aos investigados, comumente conhecidos como coiotes, para realizar a travessia.

De acordo com o investigador da PF, os suspeitos foram identificados após denúncias anônimas e 448 brasileiros serem deportados dos EUA ao tentarem entrar ilegalmente no país. O delegado destacou que os migrantes são vítimas, pois buscavam melhores condições de vida e pagavam até R$ 100 mil por pessoa. Ainda de acordo com ele, o grupo atuava em todo o país.

“Essa organização se vale do desespero de famílias que buscam uma vida melhor em outros países desconhecidos e sem qualquer certeza de sucesso. Elas usam todo o dinheiro que têm, são coagidas a pagar e submetidas a intensos sofrimentos durante a travessia, que pode não ter sucesso”, destacou.

Duas pessoas consideradas líderes da organização foram presas preventivamente. Um terceiro suspeito, que estava em viagem para levar brasileiros ilegalmente aos EUA, foi inserido na lista da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

Para Charles, o grupo criminoso identificado em Goiás é o principal do país. “Nosso estado está no centro dessa questão ao nível internacional”, ressaltou.

Segundo o delegado, as agências vinculadas aos suspeitos também serão investigadas e responsabilizadas.

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