GM alega queda nas vendas e demite funcionários por telegrama
Demissões foram enviadas por telegrama para funcionários da montadora de três cidades. Sindicato convocou assembleia emergencial
atualizado
Compartilhar notícia
A General Motors (GM) anunciou, neste sábado (21/10), a demissão de funcionários de fábricas em três cidades paulistas: São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Os funcionários da empresa tiveram os contratos interrompidos por telegramas enviados para as suas casas.
Os sindicatos que representam os metalúrgicos afetados pela decisão da companhia convocaram assembleias emergenciais para este domingo (22/10), às 10h, na sede do Sindicato de São José dos Campos, a fim de coordenar ações e tentar reverter as demissões em massa.
Veja o telegrama:
O que diz a GM
Segundo a montadora, o motivo para as demissões foi “a queda nas vendas e nas exportações”, que teriam levado a empresa a “adequar seu quadro de empregados”. Eles afirmaram, ainda, “entender o impacto que essa decisão pode ter na vida das pessoas, mas a adequação é necessária”.
Em comunicado, a GM informou que a medida foi tomada após várias tentativas de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), férias coletivas, days off (dias de folga) e proposta de desligamento voluntário para tentar reduzir a produção e tentar conter os prejuízos acumulados.
O que dizem os funcionários
Já o comunicado do Sindicato de São José dos Campos alega que a montadora não pode falar de crise ao ter acumulado US$ 2 bilhões de lucro globalmente no primeiro trimestre de 2023.
“Os trabalhadores e o Sindicato foram pegos de surpresa, em pleno sábado, com essa atitude covarde da GM. Nenhuma empresa pode fazer demissões coletivas sem prévia negociação com sindicatos no Brasil, e não vamos admitir essa arbitrariedade da montadora. A luta já começou, e estamos mobilizados para reverter esses cortes”, afirma o vice-presidente da agremiação, Valmir Mariano.
Cerca de 1,2 mil funcionários da empresa em São José dos Campos estavam com uma suspensão temporária de seus contratos desde 3 de julho, quando foi aprovado o lay-off. No total, a empresa tinha 4 mil funcionários na cidade. Em São Caetano e em Mogi das Cruzes, somam-se mais 7 mil trabalhadores.