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Gleisi sobre Selic em 10,5%: “Não há justificativa técnica nem moral”

Copom do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros do país, a Selic, no atual patamar de 10,5% ao ano

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Gleisi Hoffmann PT
1 de 1 Gleisi Hoffmann PT - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi uma das primeiras vozes a reagir à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros do país, a Selic, no atual patamar de 10,5% ao ano. A decisão, unânime, foi anunciada na noite desta quarta-feira (19/6).

“Não há justificativa técnica, econômica e muito menos moral para manter a taxa básica de juros em 10,5%, quando nem as mais exageradas especulações colocam em risco a banda da meta de inflação”, escreveu Gleisi nas redes sociais.

E completou: “Não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a direção do BC vai conquistar credibilidade, nem hoje nem nunca”.

A manutenção da Selic era amplamente esperada pelos agentes econômicos, embora alguns deles ainda acreditassem em um eventual corte de 0,25 ponto percentual dos juros básicos.

A declaração de Gleisi vem na toada das críticas disparadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, por gestos políticos feitos na semana passada. Campos Neto recebeu uma medalha na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e, depois, participou de um jantar oferecido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Em entrevista à CBN, o petista afirmou que Campos Neto tem “lado político” que prejudica o país. “Não é que ele [Campos Neto] encontrou com o Tarcísio em uma festa. A festa foi do governo de São Paulo para ele. Certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhosa a taxa de juros de 10,5%”, assinalou.

“Só temos uma coisa desajustada neste instante: é o comportamento do Banco Central. Um presidente que não demonstra capacidade de autonomia, tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muita mais para prejudicar o país do que para ajudar o país”, afirmou Lula. E completou: “Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”.

Cenário de incertezas

O Banco Central justifica a interrupção do ciclo de queda dos juros como o aumento de incertezas tanto no ambiente econômico interno quanto externo, o que poderia levar a um recrudescimento da inflação no Brasil. E o BC tem como missão básica controlar o aumento de preços e garantir o cumprimento da meta de inflação, com centro fixado em 3% ao ano.

No cenário externo, o grande dilema econômico concentra-se no comportamento dos juros nos Estados Unidos, que estão no intervalo de 5,25% e 5,50%, o valor mais alto desde 2001. Nesse nível, os títulos da dívida norte-americana, os Treasuries, tornam-se especialmente atrativos para os investidores, algo que provoca, entre outros problemas, pressão de alta sobre o dólar nos países emergentes, como é o caso do Brasil.

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