Gleisi: política do BC deve estar de acordo com quem venceu nas urnas
Presidente nacional do PT endossou críticas de Lula à atuação do BC e destacou a necessidade de debater a política monetária
atualizado
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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou, nesta quinta-feira (9/2), que a atuação do Banco Central deve estar de acordo com a “política aprovada nas urnas”.
“A política monetária do BC tem que estar de acordo com a política que venceu nas urnas”, defendeu a petista, acrescentando que há um “tabu de que não pode se discutir política monetária” no país.
“Não tem como discutir desenvolvimento econômico no país se não colocar isso em discussão. Ninguém aqui está questionando e querendo mudar a legislação do BC. Pode ser até que tenha alguém que queira, mas não é o foco do governo”, acrescentou a deputada.
Gleisi reuniu-se, nesta tarde, com membros da bancada da Câmara dos Deputados e com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
A fala da petista encontra amparo do discurso crítico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à atuação do BC. Recentemente, Lula disse ter o aval o eleitorado brasileiro para instituir a política econômica de governo e que “não precisa pedir licença para governar”.
Para a deputada, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, deve prestar esclarecimentos às Casas Legislativas. “Se ele [Campos Neto], ou quem o apoia, está tão seguro de que isso é correto, deveria fazer um debate no Congresso Nacional. Afinal, foi indicado e também aprovado pelo Congresso Nacional”, enfatizou.
O maior problema, segundo Gleisi, reside na taxa de juros exercida pela instituição. “Qual é o país no mundo que está com uma inflação dessas? Os juros nos EUA e na Europa são negativos. Isso vai trazer recessão, vai trazer desemprego. O país precisa de crescimento, de emprego. Não pode ter uma política monetária que jogue contra isso, não foi essa a política aprovada nas urnas”, destacou.
A petista afirma que o mandato de presidente e a autonomia para atuar “não dão o direito ao BC de intervir para que a economia do Brasil vá mal”.