Gleisi defende MST no Conselhão: “Parte do agro mostra prepotência”
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi incluído em conselho consultivo do governo Lula, que vive crise com o agronegócio
atualizado
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A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, defendeu, nesta segunda-feira (1º/5) a inclusão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Conselhão do governo Lula. O movimento social foi incluído nesse conselho consultivo que une empresários e lideranças da sociedade civil no último sábado (29/4), segundo anunciou o responsável pela articulação política do Planalto, ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.
“Que história é essa de questionar a participação do MST no Conselhão? É o maior movimento social organizado no Brasil e quem sabe no mundo”, escreveu Gleisi, em postagem nas redes sociais.
Veja:
Que história é essa de questionar a participação do MST no Conselhão? É o maior movimento social organizado no Brasil e quem sabe no mundo. Representa boa parte da agricultura familiar e camponesa! Coloca comida no prato do povo. Parte do agronegócio brasileiro está mostrando…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 1, 2023
A manifestação da presidente do PT vem no momento em que o governo Lula vive uma crise de polarização com setores do agronegócio.
Nesta segunda, começa em Ribeirão Preto a Agrishow, uma das maiores feiras do agro, que perdeu o patrocínio do Banco do Brasil após a organização do evento convidar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e fazer o ministro da Agricultura e Pecuária de Lula, Carlos Fávaro, se sentir “desconvidado”.
CPI do MST
Enquanto essa crise se desenrola, aproxima-se a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados sobre as invasões e ocupações do MST. O requerimento foi lido pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Nos bastidores, espera-se que a presidência seja do Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) ou Ricardo Salles (PL-SP), ambos bolsonaristas.
O ministro Alexandre Padilha tem dado o tom da base governista sobre a comissão: “Aproveito para ressaltar que não existe nenhum fato determinado, como exige a Constituição, para a criação de eventual CPI sobre o MST”.