Gleisi critica secretário de Tebet que estuda mudar benefício de idoso
Presidente do PT defendeu o benefício de prestação continuada pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda
atualizado
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A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), criticou nesta quinta-feira (12/9) um secretário da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), por mudanças estudadas no Benefício de Prestação Continuada (BPC), benefício assistencial pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
Entenda o que é BPC, a despesa obrigatória do governo que mais cresce
O secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Ministério do Planejamento, Sérgio Firpo, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que há estudos para alterar o BPC, como mudança na idade mínima e na indexação dos valores ao piso nacional. Firpo é o secretário de Tebet encarregado de revisão estrutural de gastos.
“O BPC é uma das mais importantes políticas sociais do país. Garante renda para milhões de idosos e pessoas com deficiência”, escreveu Gleisi no Bluesky, rede social que tem sido usada por políticos como substituta do X, suspenso no Brasil.
Ela completou: “A ideia de desvincular seu valor do mínimo e aumentar a idade mínima para 70, defendida na mídia por um secretário do Ministério do Planejamento, significa um tremendo retrocesso, uma verdadeira covardia”. Por fim, disse que esse não é o tipo de reforma que o país precisa nem foi para isso que o presidente Lula (PT) foi eleito em 2022.
Veja:
Na entrevista, o auxiliar da ministra do Planejamento sustentou que o diagnóstico é de que é necessário diferenciar o reajuste do BPC da correção do valor da aposentadoria, concedida aos trabalhadores que contribuíram para a Previdência ao longo da vida.
O BPC é pago independente de a pessoa ter ou não contribuído para o regime. O benefício equivale a um salário mínimo, hoje em R$ 1.412.
Gleisi x Tebet
Não é a primeira vez que Gleisi faz críticas públicas a Tebet e sua equipe. Em maio, por exemplo, ela criticou a própria ministra pela defesa da desvinculação da Previdência do salário mínimo e da inclusão do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) na conta do piso da Educação.
Para a petista, são ideias “muito ruins”, que contrariam o programa de governo apresentado pelo presidente nas eleições de 2022, quando Tebet também disputou a Presidência.
Tebet vem defendendo a revisão de gastos públicos para sanear as contas públicas. Segundo ela, já está se exaurindo a capacidade do orçamento pela ótica da receita e passar do que já feito até aqui significaria aumentar a carga tributária, o que o governo rejeita.