Gleisi chama Campos Neto de arrogante e fala em “liberalismo selvagem”
Em nova crítica, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que Campos Neto não busca o equilíbrio nas contas públicas
atualizado
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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a fazer críticas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nesta terça-feira (22/10). Afirmando que o chefe da autoridade monetária age com “arrogância”, ela disse que Campos Neto não busca o equilíbrio nas contas públicas nem foca no povo, mas promove um “liberalismo selvagem”.
“Do alto de sua arrogância, Campos Neto exige um choque fiscal para baixar os juros. Essa gente não quer equilíbrio nas contas nem prosperidade na economia. Querem que o governo e o país parem de investir na infraestrutura, na produção, nos serviços públicos e programas sociais que atendem a imensa maioria da população. Liberalismo selvagem é isso aí: o povo é detalhe”, escreveu Gleisi nas redes sociais.
Campos Neto está prestes a deixar a presidência do BC — seu mandato termina em dezembro de 2024. No início de outubro, o nome indicado pelo presidente Lula para chefiar o BC pelos próximos quatro anos (2025-2028), Gabriel Galípolo, foi aprovado pelo Senado Federal. Ele assumirá em 1º de janeiro do ano que vem.
Na segunda (21/10), também pelas redes sociais, a presidente do Partido dos Trabalhadores afirmou que os juros e o dólar seguem elevados no Brasil em razão da “especulação descarada dos agentes do mercado”.
“ Todos os fundamentos da economia real são positivos: PIB, controle da inflação, emprego, salário, consumo e renda. Lula colocou a casa em ordem, retomou o investimento e a credibilidade do país. A dívida cresce por conta dos juros estratosféricos. Só o mercado e a mídia não querem ver. E quem paga a conta da mentira é o país”, disse ela.
Gleisi é a principal voz dentro do PT a fazer críticas ao Banco Central, em função do atual patamar da taxa básica de juros, a Selic. Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar a Selic para 10,75% ao ano, em um novo ciclo de alta de juros, que não ocorria há dois anos.