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Gleisi cobra regras ao Telegram e diz que campanha será judicializada

Lula e Alckmin fizeram primeira reunião com representantes dos sete partidos em prol de sua chapa na disputa presidencial

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Reunião conjunta de partidos que apoiam a chapa Lula-Alckmin
1 de 1 Reunião conjunta de partidos que apoiam a chapa Lula-Alckmin - Foto: Hyndara Freitas/Metrópoles

São Paulo – A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, disse que o partido já se prepara para rebater notícias falsas durante a campanha eleitoral, inclusive judicialmente, e pediu regras mais rígidas para o aplicativo Telegram. Nesta segunda (23/5), foi realizada a primeira reunião das siglas de apoio à chapa Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), em um hotel em São Paulo.

“Acho que essa campanha deve ser muito judicializada. Eu espero que as instituições, principalmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tomem medidas firmes com relação a isso. Queremos conversas com o TSE sobre o Telegram, vai ter escritório aqui, ou vai ser terra de ninguém? Porque tem um momento em que nós somos vítimas, mas tem um momento em que as vítimas passam a ser as instituições, como estão sendo o TSE e o STF”, afirmou.

Gleisi acrescentou que já se reuniu com representantes do WhatsApp, e acredita que “eles estão bem regulados em normas, possuem escritório aqui”, mas o Telegram não. “Não dá para deixar essas coisas sem regulação. O Facebook e o Twitter já estão bem regulados, o Telegram nos preocupa muito”, analisou.

Na última terça-feira (17/5), o TSE anunciou que firmou um acordo de cooperação com o Telegram para combater a disseminação de fake news durante as eleições. Segundo o termo, o tribunal contará com um canal na plataforma para divulgar informações oficiais sobre o pleito e o aplicativo dará suporte para criar uma nova ferramenta para marcar conteúdos que são desinformativos.

A campanha de Lula exibirá uma atuação conjunta dos departamentos jurídico – representado pelos advogados Eugênio Aragão, Cristiano Zanin e Paulo Teixeira – e de comunicação para combater notícias falsas vindas dos adversários.

Reunião

No encontro, representantes do PT, PSB, PCdoB, PSol, PV, Rede e Solidariedade debateram como será a campanha de Lula e Alckmin, e foi decidido que cada uma das legendas contará com um representante nas cinco áreas estratégicas: programa de governo, comunicação, agenda, finança e mobilização. 

O PT teve como representantes na reunião Gleisi e Lula, e o PSB foi representado pelo ex-governador de São Paulo Márcio França e o prefeito de Recife, João Campos. O PCdoB enviou a presidente Luciana Santos, e pelo PSol estava Paula Coradi – em substituição ao presidente Juliano Medeiros, que não pode comparecer – e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), Guilherme Boulos. Pelo PV, foi o presidente José Luiz Penna, pela Rede, o ex-senador Randolfe Rodrigues e Paulinho da Força representou o Solidariedade.

Houve apresentação de pesquisas internas e externas para todos os presentes, que mostraram que Lula se mantém estável – em torno de 40% das intenções de voto – há cerca de um ano. Também foram debatidos os públicos que a campanha ainda precisa atingir, como os evangélicos, policiais e o agronegócio.

Também foi falada da necessidade de ampliar a aliança, que hoje conta com sete siglas, para partidos da centro-direita, como Avante, PROS, MDB e PSD. 

“Temos conversado muito com o PSD e com o MDB. Nós temos conversado com o Kassab para fazer as composições e fechar nos estados. Não sei se é possível eles [PSD] virem no primeiro turno, o Kassab diz que é difícil. O MDB tem uma candidata que é a Simone Tebet, a gente tem conversado, mas com respeito”, explicou Gleisi em coletiva de imprensa após a reunião.

A desistência do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) da campanha presidencial foi anunciada no meio da reunião, e Gleisi deu a notícia a todos, logo antes do ex-governador Márcio França (PSB) discursar. Segundo pessoas presentes, não houve reações expressivas, e o tema não virou alvo de discussão. 

Mas, fora da reunião, alguns representantes do PT avaliam reservadamente que o PSDB não possuir mais candidato próprio pode abrir caminho para alguns nomes tucanos históricos apoiarem Lula e Alckmin, como Fernando Henrique Cardoso.

À coluna de Guilherme Amado, o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto, disse que deve procurar Doria para dialogar.

Primeiro turno?

Antes do encontro, o pré-candidato a deputado federal Guilherme Boulos afirmou esperar que Lula saia vitorioso já no primeiro turno, e que acredita que isso seja possível em razão da má situação econômica e social do país, que, em sua visão, deve aumentar a rejeição a Bolsonaro. 

“Acho que é possível sim [a vitória em primeiro turno]. O presidente Lula está bem à frente nas pesquisas, a rejeição ao Bolsonaro é cada vez maior. Temos um país marcado por combustível chegando a 9 reais, inflação de alimentos, desemprego. Eu acho que não há nenhuma perspectiva de recuperação antes das eleições, existe uma possibilidade de crescimento do presidente Lula e quem sabe resolver essa fatura no primeiro turno”, afirmou.

Já Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, explicou que sua função é tentar “ampliar a aliança” e agregar personalidades e partidos mais da centro-direita, além de “fazer com que o Lula possa ser candidato não só de um partido ou de outro, mas de uma frente bem ampla para que a gente possa ganhar as eleições no primeiro turno”.

O deputado defende que a coligação busque “personalidades para dar sinais para o empresariado e para o setor financeiro”, sem citar nomes. “A campanha do Lula não pode ser uma campanha da esquerda, tem que ser uma campanha do povo brasileiro”, opinou.

Ao mesmo tempo, durante a reunião, diversas pessoas alertaram para o fato de que, ainda que Lula tenha “estabilidade e favoritismo”, a eleição não está ganha e será “duríssima”, principalmente “pelos métodos do adversário” Jair Bolsonaro.

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