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Gleisi ataca BC por juros: “Dinheiro para os cofres da Faria Lima”

Copom decidiu nesta quarta pelo aumento de 0,25 ponto na Selic. Com isto, índice atual vai para 10,75%. É a primeira alta desde 2022

atualizado

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Gleisi Hoffmann PT
1 de 1 Gleisi Hoffmann PT - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de voltar a subir a taxa básica de juros da economia, a Selic. O colegiado votou por um acréscimo de 0,25 ponto porcentual (p.p.). Com isto, o parâmetro chegou a 10,75% nesta quarta-feira (18/9).

A contestação de Hoffmann foi feita minutos após a decisão do Copom, por meio da rede social Bluesky. “No dia em que EUA cortam 0,5 ponto nos juros, tendência mundial, BC do Brasil sobe taxa para 10,75%. Além de prejudicar a economia, vai custar mais R$ 15 bi na dívida pública. Dinheiro que sai de educação, saúde, meio ambiente para os cofres da Faria Lima. Não temos inflação que justifique isso!”, frisou ela.

A Faria Lima é um importante centro financeiro do país, reduto tradicionalmente resistente às políticas econômicas do PT e que, logo após a nomeação de Fernando Haddad como ministro da Fazenda, reagiu negativamente à opção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda no início do mandato.

A referência de Gleisi à taxa dos Estados Unidos é porque o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) optou por reduzir a taxa de lá em 0,5 p.p., também nesta quarta-feira. Esta foi a primeira redução nos EUA desde março de 2020. Os juros foram significativamente impactados pela pandemia da Covid-19 e por um realinhamento entre a produção local e a demanda.

No Brasil, a decisão do Copom desta quarta marca uma virada. Havia dois anos que a taxa não sofria elevação. A última vez que houve acréscimo na Selic foi em 15 de agosto de 2022, ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Unanimidade

O aumento na taxa Selic pelo Copom foi em caráter unânime. Isto significa que votaram a favor do acréscimo tanto diretores indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro quanto os nomeados por Lula. Um dos nomeados pelo governo petista é Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e nome que já foi confirmado pelo presidente para substituir o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, em 2025.

Campos Neto concluirá o mandato em dezembro deste ano e foi alvo frequente de Lula, pelo presidente entender que ele foi o responsável por não fazer uma redução mais agressiva da Selic desde o início do mandato do petista.

Galípolo aguarda a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, marcada para o dia 8 de outubro, uma terça-feira, logo após o primeiro turno das eleições municipais, no domingo (6/10). Na mesma data, o nome de Galípolo será levado para aprovação ou não na comissão e no plenário do Senado.

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