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Gleisi após suposto caixa 2 no Planalto: “Bolsonaro nunca quis combater corrupção”

O Metrópoles revelou detalhes de investigação sobre saques feitos com cartões corporativos da Presidência e de quartéis

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Rouanet presidenta do PT Gleisi Hoffmann, fala com a imprensa no centro de São Paulo - Metrópoles
1 de 1 Rouanet presidenta do PT Gleisi Hoffmann, fala com a imprensa no centro de São Paulo - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para se manifestar sobre o suposto caso de caixa 2 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelado pelo colunista do Metrópoles Rodrigo Rangel. As investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) sob o comando do ministro Alexandre de Moraes identificaram movimentações suspeitas operadas pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, ajudante de ordens de Bolsonaro até o fim do governo.

“Caixa 2 de Bolsonaro é gravíssimo! Genocida nunca quis combater corrupção, acusou os outros do que ele próprio é e faz”, escreveu Gleisi. “Usou o Estado em benefício próprio, como se fosse o quintal de casa. Antes era Queiroz, agora o laranja é Cid. Deve pagar pelos crimes contra o povo e o país.”

As descobertas conectam o antigo gabinete de Bolsonaro diretamente à mobilização de atos antidemocráticos e lançam graves suspeitas sobre a existência de uma espécie de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto, com dinheiro vivo proveniente, inclusive, de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.

Entre os achados dos policiais escalados para trabalhar com Alexandre de Moraes estão pagamentos, com dinheiro do tal caixa informal gerenciado pelo tenente-coronel, de faturas de um cartão de crédito emitido em nome de uma amiga do peito de Michelle Bolsonaro que era usado para custear despesas da ex-primeira-dama.

As primeiras análises já apontavam que Cid centralizava recursos que eram sacados de cartões corporativos do governo ao mesmo tempo que tinha a incumbência de cuidar do pagamento, também com dinheiro vivo, de diversas despesas do clã presidencial, incluindo contas pessoais de familiares da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Durante a investigação, os policiais se depararam com um modus operandi que lembrava em muito aquele adotado pelo clã bem antes da chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto e que, anos depois, seria esquadrinhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas apurações das rachadinhas do hoje senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente. Dinheiro manejado à margem do sistema bancário. Saques em espécie. Pagamentos em espécie. Uso de funcionários de confiança nas operações. As semelhanças levaram a um apelido inevitável para as transações do tenente-coronel do Exército: “rachadinha palaciana”.

A certa altura do trabalho, os investigadores enxergaram indícios fortes de lavagem de dinheiro. Chamou atenção, em especial, a origem de parte dos recursos que o oficial e seus homens da ajudância de ordens manejavam.

Para além do montante sacado a partir de cartões corporativos que eram usados pelo próprio staff da Presidência, apareceram indícios de que valores provenientes de saques feitos por outros militares ligados a Cid e lotados em quartéis – sim, quartéis – de fora de Brasília eram repassados ao tenente-coronel. Os detalhes dessas transações ainda estão sendo mantidos sob absoluto sigilo, trafegando entre o gabinete de Moraes e o restrito núcleo de policiais federais que o auxilia nas apurações.

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