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Gleisi após prisão de Braga Netto: “Não pode haver impunidade”

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann relacionou prisão de Braga Netto à condenação de Roberto Jefferson e à possível cassação de Carla Zambelli

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Gleisi Hoffmann Felipe Neto
1 de 1 Gleisi Hoffmann Felipe Neto - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse, neste sábado (14/12), após a prisão preventiva do general Braga Netto, que não pode haver impunidade de quem cometeu crimes contra a democracia. Ela relacionou a prisão do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) à condenação de Roberto Jefferson e à possível cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

“Queriam [os bolsonaristas] se manter no Governo a qualquer custo, para continuar a venda do país”, escreveu Gleisi no X.

E prosseguiu: “Essa prisão, a condenação de Roberto Jefferson a 9 anos de prisão pelo STF e a formação de maioria no TRE-SP para cassar a deputada Carla Zambelli por suas mentiras são notícias importantes no enfrentamento à extrema direita. São três nomes da cúpula bolsonarista que cometeram crimes gravíssimos contra a democracia. Três incitadores do ódio e da violência política. Com essa gente não pode haver impunidade”.

Ela concluiu, em referência ao ex-presidente Bolsonaro: “Punição para todos, a começar pelo chefe inelegível. Sem anistia”.

Braga Netto foi preso na manhã deste sábado em casa, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Além de mandado de prisão, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou buscas na residência de Braga Netto.

Segundo o Exército, o ex-ministro ficará sob custódia da Força, no Comando da 1ª Divisão de Exército do Rio de Janeiro.

Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão e outro de medida cautelar contra o coronel Flávio Peregrino, ex-assessor de Braga Netto. Ele mora em Brasília e, com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, segue proibido de manter contato com outros investigados.

Segundo a Polícia Federal (PF), os investigados estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal que apura a trama golpista em 2022. As medidas judiciais, também segundo a corporação, têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas.

No dia 21 de novembro, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno no inquérito que investiga a tentativa de golpe em 2022. São, ao todo, 37 pessoas indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também consta da lista.

Entenda os casos de Jefferson e Zambelli

Na sexta-feira (13/12), com o placar de 6 x 0, o Supremo formou maioria pela condenação do ex-deputado Roberto Jefferson, por incitar violência contra autoridades em 2021.

O relatório de Alexandre de Moraes propõe condenar o ex-deputado a nove anos, um mês e cinco dias de prisão por quatro crimes: atentado ao exercício pleno dos Poderes, calúnia, homofobia e incitação ao crime.

Jefferson está preso no Hospital Samaritano Botafogo, no Rio. Ele foi internado pela primeira vez em junho de 2023, após bater a cabeça em sua cela. Desde então, o ex-deputado passa por acompanhamento médico. Caso seja condenado, o tempo cumprido desde que foi preso, em outubro de 2022, será descontado da pena.

A defesa de Jefferson nega que ele tenha cometido crimes. Em documento enviado ao Supremo na última segunda-feira (9/12), os advogados afirmam que a denúncia da Procuradoria-Geral da República se sustenta “em ilações desconexas e imprecisas baseadas exclusivamente em conjecturas a partir de uma análise errônea acerca dos fatos”.

Também na sexta, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) formou maioria para cassar o mandato e também tornar inelegível a deputada federal Carla Zambelli. O caso é relatado pelo desembargador José Antonio Encinas Manfré, que votou pela cassação do diploma e também pela inelegibilidade da parlamentar. O placar atual é de 4 a 0 pela condenação. A Corte conta com sete membros.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) foi proposta pela também deputada federal Sâmia Bomfim (PSol). Zambelli teria cometido abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Conforme a denúncia, Zambelli divulgou um vídeo no YouTube no qual dizia ser possível fraude na urna eletrônica. Ela citou um procedimento de carga e lacração nas urnas eletrônicas em Itapeva (SP) para espalhar a desinformação.

Metrópoles não conseguiu contato com a assessoria da parlamentar para se manifestar a respeito do caso. O espaço segue aberto.

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