Ginecologista suspeito de abusos tirou fotos de partes íntimas de pacientes, diz polícia
Médico teria dito que imagens eram só para vítimas e que apagaria, diz delegada; defesa nega; profissional foi preso, mas solto depois
atualizado
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Goiânia – O médico ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, teria tirado fotos das partes íntimas de pacientes, segundo depoimentos de vítimas. O profissional foi preso preventivamente na semana passada por suspeita de crimes sexuais, mas foi solto por nova decisão judicial na segunda-feira (4/10).
A prática do médico de fazer imagens das pacientes, foi relatada pela delegada responsável pela investigação, Isabella Joy, ao G1 Goiás. Ela disse que as fotos eram feitas com consentimento e o profissional dizia que era para mostrar para a própria paciente.
“As vítimas pediam para que ele apagasse, ele falava que ia apagar, mas as vítimas não têm informação se realmente foram apagadas essas imagens”, disse a delegada ao G1.
Vítimas
Desde que Nicodemos foi preso, no dia 29 de setembro, 53 mulheres já procuraram a Delegacia da Mulher de Anápolis, para relatar abusos sexuais que teriam sofrido, enquanto pacientes do médico. Uma das vítimas disse que tinha 12 anos na época do crime.
O ginecologista é investigado por “violação sexual mediante fraude”, crime previsto no Código Penal como “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima.”
Casos antigos e recentes
Nicodemos tem uma condenação em primeira instância por importunação sexual, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF). O crime teria ocorrido em 2018, contra uma paciente de 18 anos, que procurou a delegacia no mesmo dia do abuso. A condenação de dois anos não previa prisão.
Depois desse caso, a Polícia Civil de Goiás investigou três outros casos de suposto crime sexual, que teria ocorrido em Anápolis (GO). Essa investigação levou à prisão do ginecologista. Também houve uma denúncia no Paraná que foi arquivada.
A defesa de Nicodemos diz que o médico teria feito apenas procedimentos relacionados à especialidade de ginecologia e em nenhum momento teria sido feito qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual. O médico foi solto, mas cumpre medidas cautelares. Ele usa uma tornozeleira eletrônica, não pode exercer a profissão, nem sair de Anápolis.