Ginecologista preso por abusos ofereceu cirurgia em troca de sexo
Relato foi feito à Polícia Civil de GO por vítima. Até agora, 41 mulheres já foram ouvidas. Médico teria assediado até grávidas em pré-natal
atualizado
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Goiânia – Mulheres jovens e de boa aparência, algumas grávidas e até uma adolescente, estão entre as 41 vítimas que procuraram a Delegacia da Mulher de Anápolis para denunciar o médico ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, preso por suspeita de violação sexual mediante fraude.
Uma das vítimas relatou que o ginecologista chegou a oferecer uma cirurgia em troca de relação sexual com ele. Para outra paciente que colocou um anel vaginal, ele teria se oferecido para testar o objeto durante uma relação sexual.
Clitóris
Vítimas relatam que, durante exames ginecológicos, o médico tentava manipular o clitóris, que é o órgão feminino relacionado ao prazer sexual. Isso teria ocorrido inclusive durante o exame de pré-natal em grávidas.
“Ele tocava de forma não ginecológica as vítimas, fazia com que a vítima tocasse no órgão genital dele. Era o mesmo modus operandi”, explica ao Metrópoles a delegada responsável pelo inquérito, Isabella Joy.
A investigadora conta que os depoimentos das vítimas são muito parecidos e algumas frases atribuídas ao suspeito são as mesmas para diferentes momentos de violação. A maior parte das vítimas é de Goiás, mas também há mulheres de outras unidades da Federação, como Pará e Distrito Federal (onde ele foi condenado por crime parecido).
Cirurgia por sexo
Além dos encontros presenciais, o médico mandaria mensagens de cunho sexual para as pacientes. Ele indicaria, por exemplo, livros de conteúdo sexual em “tom de brincadeira”.
A aromaterapeuta Kethleen Carneiro, hoje com 20 anos, prestou depoimento nesta quinta-feira (30/9). A jovem relatou que quando tinha 12 anos o ginecologista ficou falando sobre “ponto G” e chegou a mostrar um quadrinho pornográfico para ela.
Segue preso
Nicodemos está preso preventivamente desde quarta-feira (29/9), e o inquérito deve ser concluído na próxima semana. A defesa do ginecologista informou que, até o momento, só teve acesso a algumas peças do inquérito policial. Nesses documentos, só haveria o simples exercício profissional, segundo o advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins.
“O médico em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”, diz nota da defesa.
O advogado também afirmou que vários pacientes de Nicodemos ligaram para familiares do médico, assustados com a prisão, e se prontificaram a prestar depoimento em favor do ginecologista.