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Ginecologista é acusado de assediar sexualmente pacientes na Bahia

Nove das vítimas já prestaram queixa contra o médico na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) em Vitória da Conquista

atualizado

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1 de 1 estupro - Foto: iStock/Foto ilustrativa

O médico ginecologista e obstetra Orcione Júnior, que atua no interior da Bahia, é investigado pela polícia por suposto assédio sexual a 24 pacientes, nove das quais já prestaram queixa contra ele na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) em Vitória da Conquista, sudoeste do estado, entre a terça-feira (14/05/2019) e quarta-feira (15/05/2019).

Os supostos crimes vieram à tona por meio de um perfil criado no Instagram na sexta-feira passada (10/05/2019). Após o relato inicial seguiram outros também de suposto assédio pelo profissional que, por meio do advogado Paulo de Tarso, alega inocência.

Para o defensor, “o médico é vítima de calúnia e difamação”. Por conta da situação, ele deixou de fazer atendimentos na clínica particular onde atua, no bairro Brasil (zona oeste da cidade), e nos hospitais.

As denúncias na Deam são feitas sob acompanhamento da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), onde as vítimas estiveram na segunda-feira (13/05/2019) e fizeram relatos diante da delegada titular da delegacia, Dercimária Cardoso Gonçalves.

A reportagem conversou com três dessas mulheres que estiveram na delegacia. Duas delas foram atendidas em 2015 e a outra, no início deste mês. Elas relatam desde comportamento inadequado do médico, como elogios ao “corpo lindo”, até a toque íntimos que em nada se relacionavam com o atendimento médico.

Uma das pacientes sofreu um aborto espontâneo e procurou atendimento emergencial com Orcione Júnior. “Ele tirou as luvas e começou a massagear meus seios, o que não era mais natural numa situação de aborto, já não fazia mais parte do protocolo, não era uma massagem de um médico, era um toque de homem. E aí desceu por minha barriga, enquanto ele alisava todo o meu corpo, inclusive minha vagina, sem luva. Ele me elogiava e dizia que eu não ficasse preocupada”, relatou uma das vítimas.

“Quando vi o relato no Instagram voltei a viver tudo que tinha vivido em 2015. Era como se estivesse vivendo aquele momento. Desde então, não consigo me alimentar direito, estou dormindo à base de remédio”, acrescentou.

“Linchamento virtual”
O advogado Paulo de Tarso, que defende o médico Orcione Júnior, disse que “o que está ocorrendo é um linchamento virtual contra o médico, vítima de calúnia e difamação”.

Paulo de Tarso disse que já havia identificado a autoria da mulher que criou o perfil e fez o primeiro relato contra o médico, contudo, a pessoa indicada, segundo ele, afirmou que nunca foi atendida pelo médico e que apenas compartilhou a informação recebida sobre a denúncia.

Sobre as queixas na delegacia, o advogado disse: “Isso começou com uma notícia falsa, mas as pessoas foram lá. Vai ver se realmente fez, se não fez, o que estou combatendo e estou indignado é que independentemente do resultado de um processo desse, o fato é que ele já foi condenado, já estão chamando ele até de estuprador”.

“Se as pessoas tivessem ido à delegacia, houvesse um processo, depois da condenação fizessem a divulgação, aí poderia até ser. Mas não pode condenar um cara antes para depois apurar. A Justiça vai apurar, e o médico nega que tenha assediado as mulheres”, declarou o advogado.

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