Gilmar Mendes ironiza Dallagnol por “chuva de PIX”: “Fundar igreja”
Em 11 de junho, Deltan Dallagnol publicou um vídeo, em suas redes sociais, agradecendo doações via Pix. Gilmar Mendes ironizou
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ironizou o ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) ao dizer que ele poderia “fundar uma igreja” depois de ter recebido uma “chuva de pix” logo após ter o mandato cassado.
A fala de Mendes aconteceu durante um evento do grupo de advogados Prerrogativas.
“Esses dias eu via o Dallagnol dizendo que quando saiu da Câmara e estava no avião, começaram a chover Pix. É o novo contato com a espiritualidade, a espiritualidade do dinheiro. Certamente já pode fundar uma igreja”, disse o ministro do STF.
O evento do grupo de advogados era em homenagem ao ministro do Supremo Sepúlveda Pertence, que faleceu no começo de julho. Gilmar Mendes também fez críticas à “degeneração” do Ministério Público Federal (MPF) com a Lava Jato e ao modelo “Moro-Dallangol”.
“O que eu diria para as novas gerações? Mirem naquilo que não deu certo. O modelo Moro-Dallagnol deu errado. Vamos salvar o Judiciário desse grande escândalo. Não acreditem que são o quarto poder, porque não são. Não queiram ter papel auxiliar do sistema político-partidário”.
Em 11 de junho, Deltan Dallagnol publicou um vídeo, em suas redes sociais, agradecendo doações via Pix que recebeu de apoiadores. As doações foram destinadas para pagar uma dívida de R$ 2,8 milhões, que foi adquirida com diárias e passagens da Lava Jato utilizadas de forma indevida por ele.
“Imaginei Deus respondendo o seguinte: quando foi que eu permiti que você e sua família fossem tocados? Quando você foi condenado a pagar mais de R$ 100 mil por conta do powerpoint, eu não fiz chover mais de 12 mil pix em menos de 36 horas na sua conta? Não foi mais de meio milhão de reais sem você abrir a boca para pedir? Quando você viu qualquer coisa parecida, homem de pequena fé? Não tema. Seja forte e corajoso”, disse o ex-procurador da Lava Jato no vídeo.
Cassação Deltan
Em 16 de maio, o TSE derrubou entendimento do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que tinha negado, em outubro de 2022, a impugnação do registro, logo após Dallagnol se eleger deputado federal, com 344,9 mil votos — o mais votado do estado.
O julgamento ocorreu em um recurso apresentado pela Federação Brasil Esperança, formada pelos partidos PT, PCdoB e PV, contra decisão da Justiça Eleitoral do Paraná.
A alegação principal foi de que o então candidato não poderia concorrer à eleição de 2022 devido a pendências de sindicâncias e reclamações administrativas no CNMP. Para o grupo de partidos, que também representou, Dallagnol não poderia concorrer por causa da insegurança jurídica provocada.
Foi alegado ainda que Dallagnol teria pedido exoneração para não perder o cargo nem ficar inelegível. Segundo a Lei da Ficha Limpa, integrantes do Ministério Público não podem se candidatar se houver pendência em análise, se tiver se aposentado compulsoriamente ou se afastado do cargo.