Gilmar Mendes: é “incogitável” anistia para suposta tentativa de golpe
Segundo ministro do STF Gilmar Mendes, intenção golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro “parece inequívoca” e apuração da PF é consistente
atualizado
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De acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, falar em anistia dos envolvidos na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, é “incogitável“.
Segundo ele, não faz sentido falar em anistia.
“Toda a sociedade brasileira que tem um sentimento de democracia espera pela responsabilização não só dos autores materiais, mas também daqueles que conceberam toda essa trama. Não faz sentido algum da perspectiva jurídica e da perspectiva política falar-se em anistia. Isso tem que ser claramente repudiado. […] É incogitável que se fale em anistia para esses crimes”, disse o ministro.
Em declarações durante entrevista à TV 247, nesse sábado (16/3), ele também falou que a intenção golpista do ex-presidente “parece inequívoca”. “Temos, parece, de maneira inequívoca a confirmação de intentos golpistas por parte da própria Presidência da República”.
Para ele, políticos ligados a Bolsonaro tentaram manter a esperança de um golpe entre os apoiadores do então presidente. O ministro citou o general Braga Netto, que foi ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro pela reeleição.
Ao ser abordado por manifestantes após a eleição de Lula, Braga Netto respondeu “tenham fé”.
Gilmar Mendes elogia PF
O integrante do STF elogiou a investigação da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de golpe. Para ele, a investigação é consistente. O que retira qualquer ideia de dedução ou ilações sobre a responsabilidade dessa tentativa.
“A revelação daquela reunião ocorrida [entre Bolsonaro e seus ministros em julho de 2022], o conteúdo que havia no computador do Mauro Cid. Temos, parece, de maneira inequívoca a confirmação de intentos golpistas por parte da própria Presidência da República”, completou o ministro.