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Gerente que humilhou caminhoneiro por furto de milho é alvo de buscas

Polícia Civil de Goiás apreendeu seis armas de fogo na fazenda, durante operação contra porte ilegal de arma de fogo, em Cabeceiras

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Polícia Civil de Goiás faz busca e apreensão na fazenda onde trabalha gerente que aparece com arma de fogo ao insultar goianos
1 de 1 Polícia Civil de Goiás faz busca e apreensão na fazenda onde trabalha gerente que aparece com arma de fogo ao insultar goianos - Foto: Reprodução: PCGO

Goiânia – A Polícia Civil de Goiás apreendeu, na terça-feira (17/5), seis armas de fogo na fazenda onde trabalha o gerente que apareceu em vídeo com uma pistola ao flagrar caminhoneiro durante furto de 20 espigas de milho e humilhá-lo, na lavoura do estabelecimento, em Cabeceiras, nordeste goiano. Um segurança foi preso no local por porte ilegal de arma de fogo. Não foi informado se o homem do vídeo foi localizado.

Veja vídeo abaixo:

No total, 11 policiais civis deflagraram a operação na Fazenda Bianco, à procura do gerente Fernando Rosbach. Vídeo atribuído a ele mostra um caminhoneiro sendo humilhado ao tentar furtar as espigas de milho após parar às margens de uma rodovia que corta o município de Cabeceiras, a 339 km da capital e ser abordado pelo funcionário do estabelecimento.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação teve início depois de o próprio gerente ter publicado o vídeo nas redes sociais, no último dia 7/5, e ter ganhado repercussão na internet. Constatou-se que o homem, ao abordar o caminhoneiro, portava, possivelmente, uma arma de fogo tipo pistola e, momentos antes da abordagem, disparou com a arma para intimidar o trabalhador.

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Polícia Civil de Goiás faz busca e apreensão na fazenda onde trabalha gerente que aparece com arma de fogo ao insultar goianos
Armas apreendidas na fazenda onde trabalha homem sulista que insultou goianos
Armas apreendidas pela Polícia Civil na Fazenda Bianco, em Cabeceiras, Goiás
Equipe da Polícia Civil deflagra operação na Fazenda Bianco, em Cabeceiras, Goiás
Homem armado ameaça gerente de fazenda que humilhou caminhoneiro por tentar furtar espigas de milho em Goiás
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Policiais civis fazem busca e apreensão de armas de fogo na Fazenda Bianco, em Cabeceiras, Goiás

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Polícia Civil de Goiás faz busca e apreensão na fazenda onde trabalha gerente que aparece com arma de fogo ao insultar goianos

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Armas apreendidas na fazenda onde trabalha homem sulista que insultou goianos

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Armas apreendidas pela Polícia Civil na Fazenda Bianco, em Cabeceiras, Goiás

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Equipe da Polícia Civil deflagra operação na Fazenda Bianco, em Cabeceiras, Goiás

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Homem armado ameaça gerente de fazenda que humilhou caminhoneiro por tentar furtar espigas de milho em Goiás

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Caminhoneiro é chamado de ladrão por pegar milhos de lavoura às margens de rodovia

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Crimes

Segundo a investigação, o gerente cometeu crime de racismo e outro previsto no estatuto do desarmamento. Por isso, a polícia deflagrou a operação e apreendeu uma pistola de nove milímetros, um revólver calibre 32 e quatro espingardas.

No vídeo, o gerente usou pejorativamente o termo “goianada”, dizendo que iria ensinar essa pessoal a não roubar milho.

O gerente excluiu o vídeo de suas redes sociais, logo depois da repercussão negativa, porque suas “atitudes preconceituosas” não foram apoiadas pelo próprio patrão dele. Depois, Fernando pediu desculpas e disse que não quis ofender os moradores de Cabeceiras nem os goianos.

“Seu merda”

O caso levantou polêmica na internet, e outro homem armado voltou ao local para fazer ameaças contra o gerente. “Olha, seu Fernando, onde estou aqui, na beira de seu milho, na beira de sua fazenda, né? Que não é sua, né, seu merda? Vou pegar três sacos de milho aqui agora. Vem me chamar de ladrão aqui”, afirmou o homem, que gravou o vídeo.

Veja vídeo abaixo:

O homem armado também criticou a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), já que a lavoura não está cercada e, segundo moradores da região, ainda invade uma parte do acostamento, em faixa de domínio público. “Cadê a Goinfra que não vem botar você [Fernando] para fazer cerca nessa merda aqui?”, questionou ele.

O Metrópoles não obteve retorno da assessoria de imprensa da Goinfra até o momento em que publicou este texto, para saber se a lavoura invadiu, ou não, parte do acostamento e quais medidas de fiscalização tem adotado no estado para que empreendimentos não avancem para a faixa de domínio.

A Polícia Civil ainda não divulgou se também já identificou, ou não, o homem que aparece no segundo vídeo fazendo ameaças contra o gerente da Fazenda Bianco e o caminhoneiro flagrado durante o furto de 20 espigas de milho.

Entenda

Fernando gravou a situação no momento em que o caminhoneiro já carregava as espigas de milho nos braços. “Eu vou procurar na internet quem é o dono desta empresa. Aqui o motorista ladrão, roubando meu milho. Parabéns, cara, você acaba de ser notificado como ladrão”, disse o gerente da Fazenda Bianco.

Em seguida, o caminhoneiro perguntou se poderia deixar as espigas onde estava, mas Fernando ordenou que fossem deixadas na caminhonete. “Põe lá dentro da caminhonete. Vou passar para polícia”, afirmou o gerente.

“Roubando milho”

“Vou mostrar como faz agora essa goianada roubando milho, não tem vergonha na cara, não tem caráter. Se eu for à sua casa, entrar no seu quintal e pegar alguma coisa, sou ladrão ou não sou?”, questionou Fernando. O caminhoneiro, por sua vez, concordou e pediu “desculpa”.

No entanto, o gerente não parou de gravar nem de atacar o caminhoneiro. “Então, não custa nada pedir. Por que tem que pegar?”, perguntou, de novo, Fernando, antes de o caminhoneiro colocar as espigas na parte traseira da caminhonete.

O vídeo viralizou e repercutiu nas redes sociais. O prefeito da cidade de Cabeceiras (GO), Tuta, reclamou do gerente para o dono da fazenda Bianco e repudiou o caso.

O presidente do sindicato Rural de Cabeceiras, Jacó Rotta, também se pronunciou e manifestou “indignação”. “A atitude tomada extrapolou os limites do bom senso e respeito ao próximo. Não é certo pegar sem permissão, mas não justifica tal atitude. Em nome de todos os produtores, pedimos desculpas pelo ocorrido”, afirmou.

“Atitudes preconceituosas”

Em nota, o dono da Fazenda Bianco, Arno Bruno Weis, disse “não apoiar comportamentos e atitudes preconceituosas como as proferidas pelo gerente ao se deparar com uma pessoa furtando milho em uma das lavouras”. “Uma atitude injustificável”, afirmou.

No entanto, o fazendeiro disse que sofre prejuízos significativos com os exagerados furtos diários de milho. “Já houve casos de pessoas com carga completa de milho em camionetes e pequenos caminhões. Em algumas oportunidades pessoas armadas praticando o furto de milho. Para reduzir os furtos nunca se sabe quem vamos encontrar roubando milho”, disse.

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