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Gerente é preso por colocar drogas na casa de ex-namorado em Goiás

Informações repassadas à Polícia Civil mostram que suspeito não queria que antigo parceiro se relacionasse com militar do Exército

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jardim ingá
1 de 1 jardim ingá - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Goiânia – Um gerente de vendas de 33 anos foi preso, em flagrante, na quinta-feira (12/8), após admitir à polícia que colocou drogas na farda de um soldado do Exército, atual namorado de seu ex-companheiro, e o denunciou para que fosse preso por não aceitar o fim do relacionamento. A roupa estava na casa do antigo parceiro do suspeito, no Jardim Ingá, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal.

Thales Willian Resende foi preso por uma equipe do Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Denarc) de Luziânia, por denunciação caluniosa e por perseguir, reiteradamente, o casal, o que configura crime de stalking.

Em seu interrogatório, o gerente admitiu ter colocado substâncias semelhantes à cocaína na farda do soldado do Exército Samuel José dos Santos, de 20. A roupa estava guardada em uma sacola na casa de Lucas Gabriel Alves Nascimento, de 19, que se separou do gerente há cinco meses.

Mesmo após o fim do relacionamento, em março deste ano, o suspeito manteve o hábito de ir à casa do estudante, assim como o fez na quinta-feira (12/8), segundo informações coletadas pela polícia. Na ocasião, de acordo com testemunhas, o gerente pediu para a irmã de Nascimento comprar refrigerante enquanto os dois conversavam no quarto.

Droga na farda

Após a jovem voltar, o suspeito pediu ao seu ex-namorado que buscasse um copo da bebida para ele. Nesse momento, ficou sozinho no quarto e colocou parte da droga na sacola em que estava a farda, que Resende tinha visto no recinto e seria levada para costureira ajustar. Outra parte ficou em cima do guarda-roupa. Depois, segundo relatos registrados na delegacia, ele foi embora e ligou para a polícia.

Em seguida, o casal de namorados foi abordado por policiais na rua, no momento em que levava a sacola com a farda para a costureira. Na ocasião, os policiais encontraram um pacote com pó branco, aparentemente cocaína, dentro da sacola que estava com o soldado. Depois se dirigiram à casa do estudante, onde também foram encontradas porções de maconha e substâncias semelhantes à cocaína em cima do guarda-roupa.

A polícia, então, ouviu relatos do casal e de familiares de Nascimento, alegando que as drogas haviam sido colocadas por Resende, já que não aceitava o fim do namoro. O gerente também havia comentado para a mãe de seu ex-namorado que faria algo para atrapalhar o namoro do estudante com o soldado.

Em interrogatório na delegacia, o gerente confirmou não aceitar o fim do namoro com o estudante, que, por sua vez, contou à polícia ter se separado dele após ser traído mais de uma vez, durante relação de seis anos. Nascimento afirmou, ainda, que o fim do namoro com Resende foi marcado por troca de agressões.

Medo e ameaças

O gerente disse, também, que chorou, ficou triste e sofreu muito ao saber que o seu ex-namorado já estava em novo relacionamento com o militar do Exército. Santos, por sua vez, afirmou ter passado a viver com medo depois de receber ligação de Resende, em abril, dizendo para ele se separar do estudante ou, caso não fizesse isso, que teria o prazer de passar a faca no pescoço da mãe dele.

No interrogatório, Resende ainda afirmou que, mesmo após a separação, fez transferência de dinheiro e enviou cestas, flores, mensagens e vídeo no Dia dos Namorados ao estudante, com quem, conforme acrescentou, manteve mais de 20 relações sexuais nos últimos cinco meses.

Por outro lado, o casal de namorados reforçou à polícia que sofreu intensas perseguições do gerente, que, conforme provas coletadas pela polícia, fez ameaças pelo celular, mostrando que sabia toda a rotina de seu ex-namorado com o atual parceiro.

O delegado Ronivaldo Loureiro Barros pediu à Justiça a conversão do flagrante em prisão preventiva por entender que o gerente representa grave risco à vida do casal, já que, conforme escreveu no despacho, “vem se mostrando em absoluto desequilíbrio”.

O Metrópoles não localizou a defesa do gerente para se manifestar.

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