“Genocídio”: Lula diz que Netanyahu “quer aniquilar os palestinos”
Para o presidente Lula, o premiê de Israel “não quer resolver o problema” do conflito no Oriente Médio, mas “quer aniquilar os palestinos”
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (15/6), que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não deseja resolver o conflito no Oriente Médio, mas “quer aniquilar os palestinos”. A declaração do petista ocorreu após reunião do G7 na Itália.
“O que eu falei na primeira entrevista que eu dei na União Africana sobre o que acontecia em Israel, eu mantenho 150% do que eu falei. Mantenho 150%. E aconteceu porque o primeiro-ministro de Israel não quer resolver o problema, ele quer aniquilar os palestinos. Isso está presente em cada gesto dele, e em cada ato dele”, declarou o presidente a jornalistas.
Esta não é a primeira vez que Lula critica os métodos adotados pelo governo israelense. O petista chegou a chamar o assassinato de civis palestinos de “genocídio” e comparar a ação de Israel com o Holocausto, o que ocasionou uma tensão diplomática entre as nações.
O chefe do Executivo brasileiro chegou a questionar se Netanyahu seguiu as determinações impostas pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), mais conhecido como Tribunal de Haia, e o cessar-fogo aprovado pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) — esse é o segundo pedido aprovado pelo órgão internacional.
Contudo, as medidas não têm efeito prático e apenas servem para pressionar um acordo entre Tel Aviv e o grupo extremista Hamas.
“Vamos ver se ele [premiê de Israel] vai cumprir a decisão do Tribunal Internacional. Vamos ver se ele vai cumprir a decisão tirada da ONU agora. Por isso que nós defendemos uma mudança na ONU, porque quando ela tomar uma decisão, ela tem que ser cumprida”, disse.
Para Lula, a guerra só será resolvida quando ONU tiver “força”
Segundo Lula, a guerra — que já ceifou 37,8 mil palestinos e 1.139 israelenses — só será resolvida “no dia que a ONU tiver força para implementar a decisão que demarcou o território em 1967 e deixar os palestinos construir sua pátria livremente e viver harmonicamente com o povo judeu”.
“É isso que eu quero. É isso que eu sonho e é por isso que eu vou brigar a vida inteira. Não dá para a gente deixar de enxergar o que está acontecendo lá, não dá. É efetivamente um genocídio contra mulheres e crianças que está acontecendo”.
“É triste, mas o tempo se encarregou de provar que eu tinha razão quando eu fiz aquele pronunciamento”, finalizou.