Genial/Quaest: 55% acham que Lula viaja de forma “excessiva”
Maioria dos entrevistados também é crítica ao quanto Lula se dedica à agenda internacional
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja e se dedica excessivamente à agenda internacional na avaliação de mais da metade dos entrevistados da pesquisa da Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, divulgada nesta quarta-feira (25/10).
Para 55%, a quantidade de viagens feitas pelo petista desde o começo do governo, em janeiro, é “excessiva”. Já 37% consideram as idas de Lula para outros países como uma postura “adequada”. 8% não responderam.
Além disso, 49% disseram não ver os benefícios trazidos pelas agendas internacionais do presidente, enquanto 40% acreditam que as viagens de Lula têm bons resultados. 11% não responderam.
Um total de 60% avaliou uma dedicação além do necessário do presidente a pautas externas; 27% não compartilham dessa percepção e 13% não responderam.
A Quaest realizou 2.000 entrevistas presenciais nos dias 19 a 22 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, e o nível de confiança, 95%.
Conflito entre Israel e Hamas
Para 57%, o Brasil erra ao não classificar abertamente o grupo extremista Hamas, que está em guerra com Israel, como terrorista. Já 26% concordam com a posição do Ministério de Relações Exteriores de evitar o termo. 17% não responderam.
Posição de Lula
Cabe observar que, após o governo brasileiro receber críticas por se recusar a chamar o Hamas de terrorista, Lula mencionou nominalmente o grupo ao falar sobre “o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel”. O presidente chegou a falar em “ataques terroristas” quando o conflito se reiniciou, mas sem citar o Hamas.
O Itamaraty explicou que o governo brasileiro não taxa o Hamas como terrorista, porque segue as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.
“No tocante à qualificação de entidades como terroristas, o Brasil aplica as determinações feitas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão encarregado de velar pela paz e pela segurança internacionais, nos termos do artigo 24 da Carta da ONU.”
Segundo a política brasileira, apenas o Conselho de Segurança da ONU tem autoridade e legitimidade para designar um grupo como organização terrorista. Por exemplo, Estado Islâmico, Al Qaeda e Boko Haram são considerados como tal.