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General Paiva classifica adesão golpista da Marinha como “bravata”

Em delação premiada, Mauro Cid denunciou uma suposta adesão do comando da Marinha a um plano golpista. General não vê fundamento

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Delação Comandante-geral das Forças Armadas General Tomás Miguel Ribeiro Paiva, novo comandante do Exército - Metrópoles
1 de 1 Delação Comandante-geral das Forças Armadas General Tomás Miguel Ribeiro Paiva, novo comandante do Exército - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O comandante do Exército, o general Tomás Paiva, classificou  como “bravata” a suposta adesão do comando da Marinha a um plano golpista durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro. A declaração ocorreu em entrevista à coluna de Elieane Cantanhêde, do Estado de S. Paulo.

Nesta quinta-feira (21/9), o UOL noticiou que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o ex-chefe do Executivo federal se reuniu com a cúpula das Forças Armadas e ministros no ano passado, com o tema intervenção militar em pauta.

Cid ainda teria citado à PF nomes como o do almirante de esquadra da Marinha Almir Garnier. O comandante da Força teria afirmado ao ex-presidente que suas tropas estariam prontas para responder à convocação de Bolsonaro.

“A Marinha embarcou? Não. E que tropas ele (Garnier) tinha para essa aventura maluca?”, comentou Tomás Paiva à colunista. “Isso tudo é tão extemporâneo que nem dá para a gente compreender. Em que lugar do mundo ainda se fala e se dá golpe militar? Coisa mais fora de época”.

Na entrevista, o comandante do Exército afirmou que o que prova ter se tratado de uma bravata seria o fato de que houve eleição, Bolsonaro perdeu e houve transição de poder.

Ele ainda classificou o 8 de janeiro como “um ponto fora da curva” e disse que o erro do Exército, na ocasião, foi a letargia na invasão do Palácio do Planalto e as manifestações em frente aos quartais”.

Plano golpista

Cid teria delatado que Bolsonaro, após sua derrota, fez uma reunião com comandantes militares, no fim de 2022, para debater a viabilidade de um golpe de Estado.

A reunião que o então presidente teve com a cúpula das Forças Armadas e seus ministros mais próximos não resultou em uma proposta de golpe, porque a ideia de intervenção militar não foi aceita por unanimidade.

Cid ainda teria citado à PF nomes como o do almirante de esquadra da Marinha Almir Garnier. O comandante da Força teria afirmado ao ex-presidente que suas tropas estariam prontas para responder à convocação de Bolsonaro. O Comando do Exército, no entanto, teria ficado contra a ideia de golpe e contra o consequente impedimento da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na delação, Cid ressaltou que participou da reunião com o então assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, que teria lhe repassado uma suposta minuta de golpe (que previa convocação de novas eleições e prisão de adversários políticos).

A reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a cúpulas das Forças Armadas delatada por Mauro Cid já vinha sendo citada por aliados e apoiadores do ex-mandatário.

Em dezembro de 2022, o influenciador e empresário Paulo Generoso, sócio de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), escreveu em suas redes sociais sobre o plano de golpe com a suposta participação do ex-presidente.

Na ocasião, o empresário, que apoiou os atos de janeiro, afirmou que houve uma reunião com o alto comando das Forças Armadas.

Segundo Generoso, o então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, foi contra o plano golpista.

“Freire Gomes foi contra e disse que não valia a pena ter 20 anos de problemas por 20 dias de glória e falou que não apoiaria ou atenderia o chamado do presidente pra moderar a situação mesmo após Bolsonaro apresentar vários indícios de parcialidade em favor de Lula pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e STF [Supremo Tribunal Federal]”, contou.

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