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General indiciado pela PF queria “clamor popular como foi em 64”. Ouça

A declaração está em áudio enviado pelo militar. O general Mário Fernandes está preso por supostamente participar de plano golpista

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1 de 1 coronel Foto colorida Mário Fernandes - Metrópoles - Foto: Reprodução

O general Mário Fernandes, preso preventivamente e indiciado por suposto envolvimento em um plano golpista, queria causar um “clamor popular” como ocorreu às vésperas do golpe militar em 1964. A declaração está em áudio interceptado pela Polícia Federal (PF) à qual o Metrópoles teve acesso.

Em mensagem de áudio enviada ao general Luiz Eduardo Ramos, então ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Fernandes citou uma live com supostas provas de uma fraude nas eleições que deram vitória a Luiz Inácio Lula da SIlva (PT). Ele, então, cobra de Ramos ações em prol de um ruptura democrática.

“Mas Kid Preto, porra, por favor, o senhor tem que dar uma forçada de barra com o alto comando, cara. Com o General Freire Gomes, com o General Paulo Sérgio, porra”, diz. “Tá na cara que houve fraude, porra. Tá na cara, não dá mais pra gente aguentar esta porra, tá foda. Tá foda.”

Ouça:

Em seguida, Fernandes sugere divulgar informações sobre suposta fraude nas urnas “nem que seja pra divulgar e inflamar a massa”. “Pra que ela se mantenha nas ruas, e aí sim, porra, talvez seja isso que o alto comando, que a defesa quer. O clamor popular, como foi em 64”, completa.

“Porque como o senhor disse mesmo, porra, boa parte do alto comando, pelo menos do exército, não tá muito disposto, né. Ou não vai partir pra intervenção, a não ser que, pô, o start seja feito pela sociedade, porra. Pô, general, reforça isso aí. Eu tô fazendo meu trabalho junto à brigada e ao pessoal de divisão da minha turma, cara. Força, Kid Preto”, acrescenta.

De acordo com a PF, o interlocutor não respondeu às falas de Fernandes.

Trama para matar Lula

Mário Fernandes foi preso na última terça-feira (19/11) por suposto envolvimento em uma trama para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, foram presos outros três militares e um policial federal.

O militar da reserva remunerada atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Ele permaneceu no cargo de outubro de 2020 a janeiro de 2023.

Em colaboração premiada, ele foi citado pelo tenente-coronel Mauro Cid como um dos militares mais radicais. Segundo a PF, ele integraria um grupo de militares de alta patente que agiam para influenciar a consumação de um golpe de Estado no Brasil.

Em fevereiro deste ano, o militar foi alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Tempus Veritatis. De acordo com a corporação, pesam contra ele registros de idas ao acampamento montado nas adjacências do QG do Exército, em Brasília, e de relação direta com manifestantes radicais que atuaram no período pós-eleições de 2022.

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