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General golpista sobre Caiado: “Aproa no rumo certo, mas faz cagada”

Mário Fernandes foi preso em operação da Polícia Federal por supostamente participar de um plano golpista

atualizado

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Em troca de mensagens obtida pela Polícia Federal (PF), o general Mário Fernandes, preso por envolvimento no plano para matar autoridades e decretar golpe de Estado no país, elogiou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO). “O Caiado é foda, cara”, disse, em troca de mensagens com o coronel Roberto Raimundo Criscuoli.

“Pô, esse é o Goiás velho de guerra. Atual terra dos comandos e dos forças especiais, porra. Mas também é do agro, né? Essa turma é foda. Mas tem mais é que destruir mesmo, esses filha da puta. O Caiado é foda, cara. Esse cara, ele aproa um rumo certo de novo, aí de repente faz uma cagada. Aproa o rumo certo e faz uma cagada, e assim ele vai levando”, afirmou em mensagem de áudio.

A conversa ocorreu no dia 9 de novembro de 2022 e foi obtida pela polícia após análise dos equipamentos obtidos na Operação Tempus Veritatis. Nas trocas de mensagem com o coronel, o general relatava as tensões nas Forças Armadas, destacando a insatisfação interna das tropas. Não fica claro no relatório obtido pelo Metrópoles o contexto dos elogios.

Caiado teve uma relação de idas e vindas com o governo Bolsonaro. Apesar dos dois serem representantes da direita, Caiado se manifestou contra a tentativa de golpe no 8 de janeiro de 2023 e contrariou a posição de Bolsonaro na condução da pandemia.

A reportagem entrou em contato com a equipe do governador de Goiás para comentar o assunto, mas não houve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Mário Fernandes foi preso na última terça-feira (19/11) por envolvimento na trama golpista que planejava, até mesmo, o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) ele é descrito como “militar radical”. O general, segundo a PF, seria o responsável por elaborar plano estratégico com o objetivo de executar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e os candidatos então eleitos Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

O militar da reserva remunerada atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Ele permaneceu no cargo de outubro de 2020 a janeiro de 2023.

Em colaboração premiada, ele foi citado pelo tenente-coronel Mauro Cid como um dos militares mais radicais. Segundo a PF, ele integraria um grupo de militares de alta patente que agiam para influenciar a consumação de um golpe de Estado no Brasil.

Em fevereiro deste ano, o militar foi alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Tempus Veritatis. De acordo com a corporação, pesam contra ele registros de idas ao acampamento montado nas adjacências do QG do Exército, em Brasília, e de relação direta com manifestantes radicais que atuaram no período pós-eleições de 2022.

Colaborou Thalys Alcântara, Maria Eduarda Portela e Gabriel Buss.

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