Gêmeas siamesas nascem unidas pelo abdômen, tórax e coração em Goiânia
O médico responsável pelo caso explicou que não será possível fazer a cirurgia de separação porque elas dividem um órgão vital
atualizado
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Gêmeas siamesas nasceram no hospital de Goiânia, na quinta-feira (26/08/2019), unidas pelo tórax, abdômen e coração. A mãe deu à luz as meninas com 34 semanas de gestação. As crianças vieram ao mundo pesando 3.044kg juntas. Segundo boletim médico, o estado de saúde das irmãs é estável. A informação é do portal Uol.
De acordo com o cirurgião pediátrico responsável pelo caso em Goiânia, Zacharias Calil, cerca de 30 dias antes do nascimento foi constatado, no pré-natal, que, além dos corpos, as gêmeas também tinham má formação cardíaca.
A mãe mora na Bahia, mas foi transferida de Salvador para o Hospital Materno Infantil (HMI) — referência nos quadros de gêmeos siameses —, dois dias antes do parto, devido à complexidade do caso. Apesar dos problemas, as crianças estão bem.
Músculo com músculo
“Elas são unidas pelo tórax, pelo abdômen e pelo coração. Uma tem o coração tamanho normal, a outra tem o coração que é totalmente colado no da outra – músculo com músculo. Então o coração é único, praticamente”, explicou o médico, ressaltando, ainda que nesse caso a cirurgia de separação não será possível.
“Se a gente operar essas meninas, uma fatalmente vai a óbito imediato. Não tem jeito. É impraticável você fabricar um coração artificial, mesmo com a tecnologia que a gente tem”, ressaltou.
Os corpos se uniram para que as duas continuassem vivas dentro do útero, como explica o doutor Calil. “O ventrículo esquerdo dela (uma das gêmeas) é normal, mas o ventrículo direito (da outra gêmea) não desenvolveu. Como houve essa alteração dentro do útero, o que o organismo fez? Ele criou uma nova janela, fez uma ponte entre o ventrículo direito e o esquerdo da outra para que elas se mantivessem vivas”, explicou.
Mel e Lis
Um caso de separação de gêmeas siamesas ocorreu em Brasília, em abril deste ano. Mel e Lis eram unidas pelo lado direito da cabeça e, para que fossem operadas, foi necessária uma cirurgia de alta complexidade que durou cerca de 20 horas, no centro cirúrgico do Hospital da Criança de Brasília. O caso histórico foi acompanhado por todo o país.
Depois do procedimento de separação, chefiado pelo neurocirurgião Benício Oton de Lima, as gêmeas foram mantidas em coma induzido para que recobrassem os sentidos naturalmente. Agora, as duas já falam palavras simples, como “mama” e “papa”. Ficam de pé e conseguem dar pulinhos.