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“Geada negra”: onda de frio ameaça lavouras e põe safras em risco

Ar frio, ventos (mesmo moderados) e umidade baixa provocam congelamento das plantas de dentro para fora e podem causar danos irreversíveis

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Santa Catarina Inverno Frio
1 de 1 Santa Catarina Inverno Frio - Foto: Mycchel Legnaghi/MetSul Meteorologia

Meteorologistas estão preocupados com os efeitos que a recente onda de frio pode causar na agricultura no Sul do país.

É que a combinação de ar frio, ventos (mesmo moderados) e umidade baixa provoca o congelamento das plantas de dentro para fora e pode causar danos irreversíveis. O fenômeno é conhecido como “geada negra”.

As safras de milho, feijão, hortaliças, café, cana-de-açúcar e frutas são as mais sensíveis ao clima frio e podem ser duramente afetadas.

Três órgãos de monitoramento do clima acompanham a situação e estão preocupados com o cenário.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simpar) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) estão observando o comportamento climático. A previsão é de que a onda de frio persista nos próximos dias.

Segundo o sistema de previsão de geadas do Inmet, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro correm o risco de enfrentar geadas.

A situação mais grave é a paranaense, em que a previsão indica geada forte (alerta vermelho). Contudo, grandes áreas do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo também podem ter geadas intensas (alerta amarelo).

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Alerta amarelo: aponta a previsão de perigo potencial. A umidade relativa do ar varia entre 30% e 20% e há baixo risco de incêndios florestais e à saúde. Há, também, chance de chuva entre 20 e 30 mm por hora ou até 50 mm por dia, com ventos de 40 a 60 km/h
Sinaliza baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas
Alerta laranja: indica perigo. Há previsão de um volume de chuva entre 30 e 60 mm por hora ou 50 e 100 mm por dia, com ventos intensos de 60 a 100 km/h
Representa risco real de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas
Alerta vermelho: sinaliza previsão de grande perigo. O volume de chuva deverá ser superior a 60 mm por hora ou acima de 100 mm por dia
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O modelo do Instituto de Meteorologia (Inmet) é referência no Brasil e usado em várias outras instituições e órgãos, como é o caso da Defesa Civil . Mas, afinal, o que são os alertas vermelhos, amarelos ou laranja?

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Alerta amarelo: aponta a previsão de perigo potencial. A umidade relativa do ar varia entre 30% e 20% e há baixo risco de incêndios florestais e à saúde. Há, também, chance de chuva entre 20 e 30 mm por hora ou até 50 mm por dia, com ventos de 40 a 60 km/h

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Sinaliza baixo risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas

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Alerta laranja: indica perigo. Há previsão de um volume de chuva entre 30 e 60 mm por hora ou 50 e 100 mm por dia, com ventos intensos de 60 a 100 km/h

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Representa risco real de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas

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Alerta vermelho: sinaliza previsão de grande perigo. O volume de chuva deverá ser superior a 60 mm por hora ou acima de 100 mm por dia

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Nestes casos, há um alto risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas, em regiões com áreas de risco

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Por ser o sinal mais perigoso, o Inmet, recomenda medidas preventivas que podem contribuir para proteção em situações de alerta vermelho

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Algumas das medidas preventivas são: desligar aparelhos elétricos e o quadro geral de energia, observar a alteração nas encostas, permanecer em local abrigado e, em caso de situação de inundação, proteger pertences da água envoltos em sacos plásticos

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As informações sobre os alertas para cada estado estão disponíveis no site do Inmet. Além disso, também podem ser consultadas com a Defesa Civil (telefone 199) e o Corpo de Bombeiros (telefone 193)

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Cafezais devastados

Registros históricos mostram que, em 1975, uma “geada negra” devastou os cafezais paranaenses e impactou duramente a safra.

Com a chegada da onda de frio desta semana, o Inmet reforçou o aviso de atenção para as culturas que poderão ser prejudicadas.

“A geada é um fenômeno causado pela ocorrência de baixas temperaturas, e seu efeito nas plantas varia de acordo com a espécie, a sua tolerância ao frio e a fase fenológica que ela se encontra. Sua ocorrência resulta, muitas vezes, em severos prejuízos econômicos, principalmente se ocorrem precoce ou tardiamente”, frisa o órgão, em nota.

Atenção no Paraná

No Paraná, o Simepar e a previsão do Alerta Geada, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, também apontam para possibilidade do fenômeno.

“Há possibilidade de formação de geada em vários pontos do estado. Ressalta-se que o vento se mantém mais persistente e, associado ao ar mais gelado, pode provocar a ocorrência de ‘geada negra’ entre o sudoeste e o centro-sul paranaense, fenômeno que é mais prejudicial para a agricultura”, aponta o Simepar, em comunicado.

Risco para safras

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que emite boletins semanais sobre os riscos para as lavouras, avalia que temperaturas menores que 2°C na fase de florescimento podem comprometer a cultura do milho, enquanto 3,5°C nesta mesma fase impacta severamente a cultura do feijão.

Na cultura do café, por ser pouco tolerante ao frio, a ocorrência de temperaturas abaixo de 0°C no abrigo pode provocar danos parciais ou totais à planta.

Para a cultura da banana, temperaturas inferiores a 4°C podem ocasionar danos nas folhas e prejudicar os frutos em formação.

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